Para tirar as dúvidas de quem pretende visitar os cemitérios públicos de Londrina neste Dia de Finados e evitar a formação de filas, a Acesf (Administração os Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) decidiu disponibilizar um número de Whatsapp que, além do contato de telefone, funcionará ao longo de toda esta segunda-feira (2).

Em Londrina, a data costuma movimentar cerca de 100 mil pessoas todos os anos e muitas acabam deixando para conferir o local de sepultamento de parentes e amigos apenas quando chegam aos cemitérios, o que não será permitido em função da pandemia da Covid-19. A medida será importante especialmente no maior cemitério público da cidade, o Cemitério Jardim da Saudade (região Norte), que possui 46 mil jazigos e costuma receber o maior número de visitantes.

Os contatos são (43) 3372-7850 (Acesf) e (43) 9 9942-7850 (Whatsapp) e estarão disponíveis entre 8h e 20h desta segunda-feira. A consulta também poderá ser feita pelo site da Acesf, na aba "Local de Sepultamento". Basta inserir o nome do falecido.

Algumas pessoas aproveitaram o clima agradável de domingo para adiantar as homenagens
Algumas pessoas aproveitaram o clima agradável de domingo para adiantar as homenagens | Foto: Vitor Struck - Grupo FOLHA

HOMENAGEM ANTECIPADA

O clima agradável deste domingo colaborou para que centenas de famílias adiantassem as homenagens do Dia de Finados, o que também ocorre em outros anos, independentemente do cenário epidemiológico. É o que procura fazer todos os anos a atendente de telemarketing Rosângela Rodrigues, 45. "Sempre procuramos vir na semana e não no dia justamente para evitar a correria. Venho visitar o túmulo do meu pai, 17 anos de saudade", comentou.

Como um "ritual" de todos os anos, as irmãs Maria Josefina, 56, e Maria Aparecida Carvalho, 65, não deixaram de realizar as suas homenagens por conta da pandemia da Covid-19. Elas contam que o número de pessoas queridas é tão grande que foi necessário passar em três cemitérios de Londrina. "Pai, irmão, esposo e muitos amigos", contou a professora aposentada Maria Josefina Carvalho.

Entretanto, mesmo com centenas de pessoas tendo feito a mesma visita, neste caso, no Cemitério Jardim da Saudade, as duas consideraram o movimento "tranquilo". "Desde criança fazemos este ritual, então viemos e achei bem organizado, tudo limpinho. Mas esse ano é diferente, acho que muita gente não vai vir. É geralmente o pessoal de mais idade que vem, o jovem dificilmente vem", avaliou.

No local, um servidor da Acesf foi destacado para borrifar álcool em gel nas mãos dos visitantes, enquanto outros profissionais foram incumbidos de fiscalizar o uso de máscaras, obrigatórias para adentrar aos cemitérios. Mesmo sendo locais abertos, a recomendação do Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública) é que idosos e crianças deixem de realizar a visita. Caso o fizerem, a sugestão é para que não sejam visitas demoradas. Neste ano, não serão realizadas missas ou celebrações religiosas e a Acesf também proibiu ornamentos com flores artificiais.

VENDEDOR

No lado de fora do Cemitério São Pedro, no Centro de Londrina, o estudante e vendedor Denis Cândido, 20, avaliou que, na manhã deste domingo, o movimento "não foi ruim não". Filho do feirante Arlindo Cândido, que há 30 anos trabalha na feira da rua Alagoas, disse que a expectativa para este ano é que as vendas sejam boas. Tanto que foi necessário abastecer o estoque de flores tradicionais para a época. "É o crisântemo, margarida e a kalanchoe", esta também conhecida como flor-da-fortuna, contou.