A comissão de vereadores de Curitiba, que investiga a qualidade dos serviços prestados pela Sanepar, ficou de apresentar hoje o relatório preliminar que aponta as condições do sistema de abastecimento da Capital. O documento aponta como principal problema a deterioração das redes de distribuição de água que atendem a cidade. A falta de manutenção nas tubulações, segundo o relatório, também seria responsável pela má qualidade da água.
De acordo com o relator da comissão, vereador Antônio Bueno (PSL), depois de aprovado, o relatório será encaminhado ao Ministério Público. Os vereadores querem exigir da Sanepar que o dinheiro anunciado como lucro da estatal R$ 130 milhões em 2000 seja investido no sistema de distribuição de água. Bueno acredita que com a venda de parte das ações para a iniciativa privada, a Sanepar deixou de ter caráter social e passou a se preocupar com lucros.
A Câmara Municipal de Curitiba decidiu investigar a Sanepar depois que a população começou a se queixar do cheiro e gosto desagradáveis na água. Segundo a empresa, as alterações foram provocadas por uma superfloração de algas na Barragem do Iraí. Sobre o relatório da Câmara, a Sanepar informou, por meio de sua assessoria, que só irá se manifestar depois de conhecer o conteúdo do documento.
KarstA Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Timoneira, de Itaperuçu (Região Metropolitana de Curitiba), protocolou ontem na Promotoria do Meio Ambiente uma ação contra a Sanepar. A ONG pede a prisão do presidente da estatal, Carlos Teixeira, sob alegação de que a empresa estaria cometendo crimes contra o meio ambiente ao manter a exploração do Aquífero Karst em Almirante Tamandaré e outros municípios da região sem um estudo de impacto ambiental.
''A Sanepar vem explorando o Karst na mesma linha de outros mil poços explorados no Paraná'', afirmou o diretor de Negócios da Sanepar, Lauro Klas Junior, alegando que a empresa segue rigorosos critérios técnicos. Segundo ele, o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) foi entregue há um mês ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que está analisando o documento.