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. | Foto: Arquivo FOLHA

O Sinheslor (Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Londrina e Região) pediu empenho do prefeito Marcelo Belinati (PP) e do secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, para aumentar o teto financeiro do SUS (Sistema Único de Saúde) junto ao governo federal. A solicitação está em um ofício encaminhado nesta semana pelo superintendente da Santa Casa, Fahd Haddad, que também é presidente da entidade sindical. O órgão representa instituição de média e alta complexidade do município, como o Hospital Evangélico e o HU (Hospital Universitário).

Segundo a prefeitura, Londrina recebe todos os meses 21 milhões do Ministério da Saúde, verba repartida entre os hospitais seguindo os contratos firmados com o Município. Antes dos acordos serem fechados, as partes consideram o número de atendimentos e os valores dos repasses conforme a tabela do SUS. "Os estabelecimentos de saúde sempre atendem acima da capacidade contratual. O documento diz que determinada unidade vai receber por 500 internações, por exemplo, mas o número é superior. O que acontece? Aquele recurso que falta não é pago, o que aumenta o prejuízo", comentou Haddad.

De acordo com o presidente do Sinheslor, o déficit só aumentou nos últimos anos. "Hoje está em 4,5 milhões e pode chegar a quase 6 milhões em 2021. Esse aumento do teto não é para cobrir as despesas especificamente da Covid-19, mas as consequências dela. A rotina dos hospitais continua normalmente apesar da doença. Tem os traumas, as cirurgias eletivas, as outras comorbidades. Os materiais hospitalares subiram bastante, agravando o orçamento. O atendimento acima desse limite financeiro continua, mas não temos como pagar", comentou.

No ofício, o sindicato informou que o Ministério da Saúde tem reservado R$ 43,7 bilhões para o enfrentamento do coronavírus, sendo que quase 13% precisam ser empenhados, "isto é, sem definição de despesa ou sem uso". A citação, conforme o Sinheslor, consta em um boletim do Conselho Nacional de Saúde. "O pleito de aproximadamente R$ 72 milhões por ano para manutenção das atividades e o enfrentamento depois da Covid-19 da demanda reprimida nesse período será para auxiliar nessa batalha pela saúde da população de Londrina e região", escreveu Fahd Haddad.

Felippe Machado disse que já está discutindo o pedido dos hospitais com Brasília. "Grande parte dessa defasagem é amenizada com os aportes da prefeitura, mas sabemos que não é o suficiente". Em 2016, o governo aumentou de R$ 12,7 para R$ 13,9 milhões o repasse para custear os procedimentos do SUS.