São muitas as histórias que chegam diariamente para o memorial “Inumeráveis”. Um dos idealizadores, Edson Pavoni, comenta que o tamanho da resposta da sociedade ao projeto tem mostrado o quanto esse espaço era necessário. “Nessa pandemia, todo dia se acorda com um número diferente e esse número vai se desconectando do significado por trás dele. Na primeira entrevista que fizemos, sentimos que tanto nós quanto a pessoa que nos contou sua história estavam se sentindo melhor. A partir daí, pensamos em quanto era importante multiplicar isso, pois também estamos falando de um lugar de celebrar a vida, as coisas mais incríveis, o que tornava aquela pessoa, única”, diz.

SADI SILVA

Os registros de alguns londrinenses podem ser lidos no memorial, como o de Sadi Rodrigues da Silva, 70. A filha Vanessa Rodrigues o descreveu como “o irmão da sanfona” e aquele que “combateu o bom combate, concluiu a carreira, guardou a fé”.

MARILDA GASPARINO

E de Marilda Teixeira Lopes Gasparino, 50. O relato da sobrinha Mayara Lopes ao Inumeráveis traz lembranças da “mulher de sorriso fácil”, que “trazia amor em todos os belos e deliciosos pratos que cozinhava” e que “sem dúvida era boa demais para esse mundo”.

PROFESSORA ZENAIDE

A ausência de Zenaide de Oliveira Garcia, 75, conhecida como “Tia Zenaide” também rendeu homenagens, o que de certa forma, confortou um pouco o coração de toda a família que mora em Londrina. O relato de sua neta Arina Caroline da Silva, 30, não está no memorial, mas ela conta que muitos ex-alunos compartilharam lembranças e se despediram da querida professora nas redes sociais.

Imagem ilustrativa da imagem Despedida de londrinenses pelas redes sociais
| Foto: Acervo pessoal

Garcia nasceu em Sertãozinho, no interior de São Paulo, e veio para Londrina ainda jovem. Atuou em sala de aula durante quatro décadas e durante muitos anos foi diretora na Escola Municipal Jadir Dutra de Souza, no Patrimônio Selva, na zona sul.

“Ela faleceu na terça, dia 5 de maio, no período da tarde e a gente não chegou a se despedir. Minha avó foi mãe, avó, amiga, companheira e professora. Como ela veio de um lugar pequeno e trabalhou muito tempo em um distrito, sempre nos ensinava coisas simples da vida. Tanto é que seu último desejo era morar na chácara, na casa da minha mãe. Ela era uma pessoa que, por onde passava, deixava um pouco de carinho, de meiguice”, conta a neta, que tem encontrado nessas boas lembranças um conforto para tamanha saudade.