Imagem ilustrativa da imagem Designer de Marialva aposta em moda inclusiva
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Marialva - Karla Carraro, 21, é moradora de Marialva (Noroeste) e terminou a faculdade de moda em 2018, mas antes mesmo de receber o diploma, em seu currículo ela já tem um reconhecimento nacional por suas produções destinadas às crianças com deficiência. No ano passado ela participou da 10ª edição do concurso Moda Inclusiva, promovido pela Secretaria estadual de São Paulo dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e foi selecionada, juntamente com outros 19 participantes, para compor o livro final do evento.

"As roupas têm botões magnéticos, isso facilita as trocas. E os tecidos que escolhi para essa coleção foram o neoprene e malha, materiais que dão mais conforto e não apertam no corpo", conta Carraro. O desenho das roupas foi pensado para respeitar aspectos de ergonomia e que facilitem o manuseio, com aberturas em locais específicos: vestido aberto na frente, meias com abertura lateral. A coleção apresentada no concurso é destinada a meninas entre 5 e 10 anos de idade, com restrições neuromotoras.

A coleção que serviu de amostra de sua criação para o concurso tem cerca de 120 estampas. A inspiração foi o filme Alice no País das Maravilhas, com desenhos de cogumelo com poá, aviamentos e acessórios que remetem ao tema do mundo de Alice, uma floresta com personagens imaginários.

Carraro explica que o caminho entre escolher o curso da faculdade até desenhar roupas para crianças foi naturalmente construído. "Minha mãe sempre trabalhou com loja de roupas, então eu sempre estive envolvida com essa área. Moda era o curso dos meu sonhos", afirma. Durante a faculdade, na medida em que foi tendo aulas sobre públicos de moda, logo se identificou pelo infantil. "Foi instantâneo, quando entrou no assunto de roupas para crianças eu me senti atraída."

A formatura está marcada para este mês de fevereiro. Depois, os planos da jovem incluem trabalhar com um marca própria, para ter alcance nacional. "É um projeto, eu ainda preciso juntar o capital", revela. Por enquanto ela atua na venda de acessórios de moda e busca um emprego para poder colocar em prática o plano de negócio próprio. "Eu penso em começar com uma loja de ec-ommerce, para vender pela internet e despachar para os compradores de todo o país. E futuramente penso em ter uma loja física."

A experiência da faculdade e a participação do concurso em São Paulo, relata a designer de moda, foram significativas para encontrar uma área de atuação e planejar sua carreira no futuro. "Tive disciplinas que ajudaram a pensar sobre criar uma microempresa, o próprio TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi muito trabalhoso, o que me deixou bem preparada para desafios que virão", narra ela com humor. "Acho que há mercado na região para esse tipo de produto. Alguns pais com quem conversei contaram que compram as roupas tradicionais por não encontrar opções para crianças com deficiência. Por outro lado, sei que não é um nicho muito grande e também as necessidades são bem distintas, varia conforme o caso."

Supervisão: Lucilia Okamura - editora Cidades