Desfile de sete de setembro atrai grande público em Londrina
Mais de 50 instituições participaram da celebração do dia da Independencia na manhã deste sábado (7) na Leste-Oeste
PUBLICAÇÃO
sábado, 07 de setembro de 2024
Mais de 50 instituições participaram da celebração do dia da Independencia na manhã deste sábado (7) na Leste-Oeste
Walkiria Vieira
Desfile de Sete de Setembro recebeu o prestígio de grande público durante a celebração da Independência do Brasil na manhã deste sábado (7). A cerimônia, que começòu por volta das 9h, foi realizada ao longo da avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes (Leste-Oeste).
O feriado desta vez caiu em um sábado e, com as vias devidamente interditadas, um público, considerado acima das expectativas, disputou os lugares com a melhor visão - até os pontos comerciais da avenida serviram de "camarote" para dezenas de expectadores.
De acordo com o gerente de fiscalização de Trânsito da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Jonas Rico, o desfile não teve imprevistos e foi tranquilo, sem intercorrências. "Tudo conforme o planejado".
Rico explicou que embora não fosse possível precisar o número de presentes, a adesão superou as expectativas. "O que é uma demonstração do interesse das pessoas em participar de eventos como esse", citou.
BANDAS MARCIAIS ENCANTAM
Ao todo, 53 instituições e entidades integram o desfile, sendo que a primeira a pisar no asfalto foi o Tiro de Guerra, na sequência passou o grupamento de veteranos e em seguida o 2º Colégio da Polícia Militar de Londrina.
A tradição compôs todo o festejo, a Viação Garcia / Brasil Sul, marcou presença no Sete de Setembro, assim como a Banda do Colégio Champagnat, Instituto Roberto Miranda e pessoas assistidas pela unidade, Lions Club, Instituto José Gonzaga Vieira, Grupo Escoteiro Vale Verde, Epesmel - Instituto Leonardo Murialdo.
Em cadeiras de praia, muitos idosos conseguiram permanecer na primeira fila durante todo o desfile e garantiram ângulos especiais para ver, aplaudir e fotografar todos os grupos e suas performances.
A protética Viviam Zambrin, 41 anos, foi especialmente à solenidade para prestigiar a filha Victória, 11 anos, aluna do 6º ano do Colégio Militar em Londrina. "Agora é a vez dela, vou gravar", sorri. Com os cabelos bem presos com um coque e postura ímpar, a estudante desfila para o público de modo imponente.
"A Victória é dedicada, tem se destacado e seu desempenho na escola nos alegra, assim como sua disciplina. Minha caçula se chama Valentina, tem oito anos e desde os três afirma que será bombeira. Eu fico satisfeita por elas terem perspectivas e gosto de acompanhar. Como estudante, nunca desfilei, mas sempre cantei o hino diante da bandeira hasteada no pátio e penso que isso fortaleceu o meu senso cívico".
Além dos grupos que estavam programados para desfilar e de amigos e familiares presentes, cabos eleitorais e candidatos a cargos de vereadores e à prefeitura de Londrina, aproveitaram a ocasião para distribuir material de campanha e posar para fotos com eleitores e apoiadores, mesmo sendo a prática vedada, no evento alusivo à Semana Cívica Militar.
O SOL NASCE PARA TODOS
Para a vendedora ambulante Estefane Bruna Silva dos Santos, 24, a manhã foi uma oportunidade para comercializar os seus doces; cocada, espeto de morango com cobertura de chocolate, paçoca e pé de moleque. Moradora do jardim Planalto, região Norte de Londrina, Santos explica que essa é sua única fonte de renda. "Geralmente sábado eu só trabalho no período da tarde e quando soube do desfile decidi vir. É a primeira vez que participo e valeu o esforço. Tem bastante gente mesmo. Não imaginava", alegra-se.
O comércio de ambulantes, que vendiam água mineral, acudiu os que reclamavam sobre a falta de chuva e como o clima está seco há dias. O inverso também, quem comprou água, também comprou brinquedos, cachorro quente, balões coloridos e acessórios nas cores da bandeira do Brasil.
Já parceiros da Secretaria de Saúde de Londrina, como o CVV (Centro de Valorização da Vida), marcaram presença no local para manifestar a importância de toda a população ter sensibilidade perante às pessoas que estão em sofrimento emocional. A campanha Setembro Amarelo segue ativa.
Voluntária do CVV, Rita Moralles aproveitou o momento para alertar sobre a falta que faz as pessoas ouvirem o outro. "É muito comum uma pessoa em sofrimento iniciar um desabafo e contar, por exemplo, que não está bem e quem está do lado simplesmente descarregar seus (próprios) sentimentos ou problemas".
Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde, Claudia Garcia explica que uniu parceiros para fortalecer o trabalho de apoio emocional para quem precisa. "Psicólogos, enfermeiros e pessoas voluntárias da PUC, UEL e Universidade Positiva, Hospital Vida e CVV se uniram na causa para que o Setembro Amarelo não seja apenas uma data no calendário.
GRITO DOS EXCLUÍDOS FAZ MANIFESTAÇÃO
Com início às 8h30, no Calçadão de Londrina, altura do antigo coreto, londrinenses também se reuniram com o objetivo de trazer à luz reivindicações ligadas a temas e grupos excluídos da sociedade.
Com o mote “Vida em primeiro lugar. Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”, o grupo realizou um café coletivo, fez orações, discorreu sobre consumismo e houve apresentações culturais.
A professora Maria Aparecida da Silva, 57 anos, reforça que a exclusão existe e a Independência do Brasil não pode ser comemorada por todos. "Ainda persiste a exploração, a colonização, a violência contra as mulheres, a falta de acesso à dignidade e inúmeras situações desfavoráveis para uma parcela da sociedade". Ela destaca que o ato é apartidário. "Eu participo desde a primeira edição, estamos no 30º Grito dos Excluídos e ainda há reivindicações desde a primeira, época em que eu nem votava ainda", lamenta.
Presente ao ato, Dom Jeremias Steinmetz considera que o movimento deve ser fortalecido. "Existem muitas pessoas invisíveis, desfavorecidas", pontuou brevemente antes de fazer o seu discurso.