Equipes da CMTU retiraram 723 m³ de entulhos do jardim São Jorge, suficientes para encher 70 caminhões
Equipes da CMTU retiraram 723 m³ de entulhos do jardim São Jorge, suficientes para encher 70 caminhões | Foto: Ricardo Chicarelli



Dia após dia a população de diferentes pontos de Londrina precisa lidar com o descarte irregular de entulho e de lixo. Segundo levantamento da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) existem no município mais de 200 pontos de descarte irregular de entulhos, móveis e podas de árvores, entre outros. Isso provoca uma série de problemas a quem reside nas redondezas, como a disseminação de doenças. A expressão "enxugar gelo" é bastante recorrente entre os moradores das proximidades. Uma falta de espírito cívico no trato das questões coletivas que deveria ser alvo de uma campanha mais incisiva do poder público e da própria população.

Um exemplo disso ocorre no jardim São Jorge (zona norte). Desde o dia 3 de abril a CMTU tem realizado a remoção de lixo e entulhos na rua José Carlos Ferreira. Até quarta-feira (18) foram removidos 723 m³ de descarte irregular, o suficiente para encher 70 caminhões basculantes. Segundo cálculos da companhia, e ainda falta retirar pelo menos mais 600 m³ de resíduos, já que a população continua descartando material no trecho.

A doméstica Aparecida da Rosa Catarina reside no São Jorge há 16 anos e relata que logo que se mudou para lá não havia esse problema de descarte de lixo. Com o passar dos anos, o local acabou se transformando em depósito irregular. Ela ressalta que já sofreu ameaças de pessoas que iam jogar entulho. "Fui falar com uma pessoa, que disse que se eu reclamasse mais iria colocar na frente de casa. O que eu iria falar? É perigoso eu levar um tiro desse tipo de pessoa."

Sua vizinha, a estudante Lílian Santi, conta que o filho quatro anos sofre de problemas respiratórios decorrentes da queima desse material. "É um problema de saúde e ele sofre bastante", desabafa, acrescentando que as roupas estendidas no varal também ficam sujas com a fuligem. "A gente tem que sair correndo para retirar a roupa do varal. Os móveis também ficam constantemente sujos com a poeira preta da fuligem", apontou.

A reportagem foi também a outros pontos da cidade, como na rua Parque Nacional do Rio Branco, no bairro Antônio Benzoni Vicentino (zona norte); rua Joaquim Nogueira Azevedo, Gleba Cafezal (zona sul); e também nas ruas Guilherme Branco Neto e Antônio Batistela, no jardim Lago Norte (zona norte). Nesses locais também havia volume grande de entulhos, móveis, entre outros itens. Moradores reclamaram que o problema é antigo.

EDUCAÇÃO
O presidente da CMTU Marcelo Cortez, ressalta que a companhia tem tentado conscientizar a população, por meio de conversas com os moradores e também com lideranças locais, além de realizar a limpeza e a fiscalização. "Semana passada fomos até um local e identificamos a pessoa que havia jogado entulho; numa ação de conscientização, ele fez a limpeza de forma educativa."

Cortez relata ainda que a CMTU distribuem panfletos para a população com o intuito de educar. "Distribuímos em ações que fazemos nos locais que realizamos limpeza", argumenta. Ele afirma que está em fase de estudo a abertura de uma licitação para contratar uma empresa que fique responsável pelo recolhimento, guarda de veículos apreendidos e pela realização de blitz para coibir situações irregulares. Segundo ele, a multa para quem pratica descarte ilegal pode chegar a R$ 3 mil.

Sobre o PEV (Ponto de Entrega Voluntária), o presidente da CMTU admite que os dois espaços localizados na rua Capitão Joãos Busse, jardim Nova Conquista (zona leste); e no final da avenida Annibal Balarotti, residencial Vista Bela (zona norte) são insuficientes para atender a população. No entanto, afirma que a implantação de novos pontos depende de licenciamento ambiental das áreas que são escolhidas, o que eles não têm conseguido até agora. "Não tenho como precisar nesse momento. Depende de autorização", afirmou, ao ser questionado sobre o cronograma de implantação.

SERVIÇO – Moradores podem reclamar ou denunciar descarte irregular de lixo pelo fone (43) 3379-7900 ou 156 (Guarda Municipal)