A Prefeitura de Londrina terá que demolir o que já foi feito da rampa de acessibilidade da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Usina Três Bocas, na região sul de Londrina. Pelo menos este é o pedido do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná), que encaminhou um ofício à secretaria municipal de Obras e Pavimentação alertando sobre o "perigo iminente que a execução da obra vem submetendo usuários da PR-218", a rodovia João Alves da Rocha Loures.

Em nota encaminhada à FOLHA, o departamento afirmou que os serviços “estão junto à faixa de rolamento da rodovia, não havendo área de segurança para pedestres entrarem na unidade de saúde”. Também apontou que “as estruturas devem ser retiradas e novos acessos regularizados, prevendo uma faixa de segurança para o trânsito de pedestres e distanciando as estruturas dos veículos que trafegam na via.”

O DER ainda ressaltou que houve uma consulta prévia da Obras, por e-mail, “quando foi informado que os projetos deveriam ser apresentados para análise e aprovação pelo órgão estadual antes do início dos trabalhos, o que não ocorreu.”

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A obra teve início em janeiro com a promessa do município de “facilitar a rotina dos usuários com mobilidade reduzida”. Fazem parte do contrato, vencido por uma empresa de Santana do Parnaíba, em São Paulo, a implantação da rampa, piso tátil, guarda corpo, corrimão e troca da rede elétrica, ao custo de R$ 292 mil. O prazo era de 90 dias, no entanto, fortes chuvas em fevereiro fizeram com que o muro desmoronasse, levando o trabalho que havia sido executado até então.

Por conta dos riscos, o posto de saúde foi interditado e os paciente até hoje estão sendo atendidos num espaço cedido pela igreja Católica que fica próxima. “É uma sala na paróquia para tudo: consulta, exames e vacinação. Além disso, só temos médico na unidade dois dias. Nos outros são somente as enfermeiras. Também não temos pediatra, ginecologista e dentista. Para vacinar precisamos ir em outro posto, porque nem geladeira o nosso (improvisado) possui”, lamentou a doméstica Polyana Aparecida da Silva.

PRAZO VENCIDO

No final de maio, o poder público municipal formalizou prorrogação da nova data entrega do dia seis do mês passado para quatro de junho, ou seja, o último domingo (4). No entanto, medição dos técnicos da secretaria de Obras disponibilizada pela prefeitura, referente a março, aponta 34,06% de execução. Os moradores dizem que a obra pouco avançou desde então e se preocuparam com a possibilidade de demorar ainda mais, caso o que foi edificado seja desfeito, por conta da advertência do DER.

“É uma falta de respeito com todos da comunidade. A associação de moradores já tinha alertado que esta obra não iria dar certo e mesmo assim a prefeitura iniciou. O dinheiro que estão gastando nessa rampa daria para fazer uma unidade bem melhor para nós”, opinou Polyana. “Preocupa muito, porque o atraso só piora a situação que já não está boa”, afirmou a diarista Rosana Bastos.

PROCESSO ADMINISTRATIVO

A secretaria de Gestão Pública abriu um processo administrativo de penalidade contra a empreiteira em razão da demora para finalizar a obra e a não justificativa para este problema. A construtora acabou recebendo uma advertência e multa de R$ 1,9 mil, o que ela recorreu. “Todos os pedidos de justificativas solicitadas pela fiscalização em razão do atraso na execução dos serviços sempre foram prontamente atendidos, conforme se comprova em e-mails. A recorrente já alcançou com a prorrogação de prazo de execução dos serviços, seu planejamento no cronograma de execução, estando em fase de conclusão final das obras”, argumentou.

A reportagem procurou a prefeitura, via Núcleo de Comunicação, duas vezes, porém, não obteve retorno até a conclusão da matéria.

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