Depois de cobrança do MPF, Ibama de Londrina vai se mudar para a zona leste
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quinta-feira, 08 de outubro de 2020
Rafael Machado - Grupo Folha
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) deve se transferir em breve de uma sala acanhada no quinto andar de um prédio da rua Maranhão, número 177, no centro de Londrina, para um imóvel na zona leste de Londrina. O novo espaço pertence à União e fica na rua Dom João VI, 395, no jardim Guararapes, perto do prédio da Justiça Federal e do Fórum Trabalhista.
Apesar das negociações estarem avançadas, ainda não há uma data para a mudança. O órgão ambiental informou à FOLHA que enviou todas as documentações necessárias para análise da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, de quem aguarda um parecer. Com pouquíssimos funcionários, a estrutura é insuficiente para atender 160 municípios do Norte, Noroeste e parte do centro-oeste do Paraná, área de abrangência do Ibama londrinense.
A procura por um novo lugar é resultado de um inquérito civil aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) de Londrina. A investigação foca na identificação da falta de acessibilidade na sede do centro, também de propriedade do governo federal. Para evitar uma futura responsabilização na esfera judicial, o Ibama se movimentou para achar outro endereço.
Em nota, o MPF informou que "a investigação tramita há muitos anos em razão da procrastinação do Ibama em adotar as medidas necessárias para adequação do prédio, ora afirmando ao MPF que iria adotar as medidas espontaneamente, ora informando que o Ibama fecharia definitivamente sua sede em Londrina, ora alugando outro imóvel também sem acessibilidade."
Por meio da Lei de Acesso à Informação, o órgão ambiental disse à reportagem que "o prédio atual não oferece possibilidade de reformas que nos permita cumprir com as normas de acessibilidade, tendo em vista estar localizado no centro da cidade de Londrina, no 5º andar, em uma área útil de 92 metros quadrados. A estrutura física é muito antiga (década de 1950), tem portas estreitas, com colunas em concreto que não permitem alargamento e nem adequação de banheiros especiais, daí a necessidade de um outro local com maior possibilidade de adequações."
Nesta quarta-feira (7), a SPU finalizou um relatório detalhado das atuais condições do imóvel da rua Dom João VI, que está desocupado. Segundo o documento obtido pela FOLHA, o local está avaliado em mais de R$ 816 mil, somando os valores do terreno e das melhorias já promovidas.
De acordo com a análise, "o espaço tem acesso de pedestres com rampa, três vagas de garagem com acesso compartilhado, sinais de abandono desde sua última utilização e presença de rachaduras e trincas na lateral da edificação".