Lúcio Horta
De Londrina
‘‘A expectativa é boa, porque fui bem. Mas vai depender da redação. Por enquanto estou gelada, nervosa. Foi meu primeiro vestibular.’’
As palavras de Bruna Bassoli, 17 anos, de Londrina, refletiam o que muitos dos candidatos do vestibular de verão da UEL estavam sentindo, ontem à tarde, pouco antes da divulgação do resultado. Nem mesmo a música alta, a apresentação do ‘‘rei das embaixadinhas’’ e o festival de imitações, promovido pelo pessoal da Rádio Joven Pan, afastavam totalmente a tensão dos vestibulandos.
Mas quando a perua que trazia os exemplares da Folha Vestibular/Jornal do Vestibular – UEL encostou, bem ao lado da Concha Acústica, a temperatura subiu de vez. Com o som de Djavan gritando forte nos alto-falantes, os jornais com a preciosa lista voavam sobre a cabeça dos candidatos, que pouco se continham de tanta ansiedade. Mesmo sem tumulto, a disputa por um exemplar foi intensa.
‘‘Agora estou muito feliz, muito feliz mesmo! No fundo, tinha medo de não passar. Mas agora vai ser só festa’’, relaxava a jovem Bruna, nova caloura do curso de biomedicina – desta vez com o cabelo e a camiseta cheios de ovo e farinha.
‘‘Quero me formar e trabalhar em pesquisa, na área de alimentos funcionais (para prevenção de doenças a partir do código genético). É um ramo que ainda não existe no Brasil’’, completava a caloura, que esteve na Concha Acústica acompanhada da mãe (leiatexto abaixo).
E foi assim a festa: dúzias de ovos, quilos de farinha, sem contar catchup, tinta e tesoura. Tudo misturado com abraços, risos e lágrimas. E o melhor: sem o menor sinal de violência – tão combatida por calouros, parte dos veteranos e pela própria universidade.
Fabiano Marçal Estanislau, 17 anos, passou no vestibular do curso de comunicação social (relações públicas), era um dos que não se continham. ‘‘Escolhi o curso porque gosto de mexer com o público e o mercado de tabalho é nota dez. Mas agora é só festa, a noite inteira!’’, comemorava. Leonardo Rufino, 17 anos, seguiu o exemplo do pai e prestou para o curso de engenharia elétrica. Foi aprovado e comemorou com os amigos. ‘‘A festa não tem horário para acabar’’, disse, enquanto perdia os cabelos.
O mesmo ocorria com Bruna Moreira Silva, 17 anos, que tinha certeza que passaria no curso de fisioterapia. ‘‘Estava esperando porque estudei bastante. A área me parece bastante interessante, mas conheço pouco do mercado’’, dizia.
Ciente de que prestou o vestibular para o curso certo, Daniela Batista Campos, 19 anos, também não se importou com o ‘‘banho’’ de ovo e farinha. Ela passou em Administração. ‘‘Esperava ser aprovada, mas estava bastante preocupada. Já trabalho no ramo de Administração, por isso a escolha foi consciente. Agora vamos festar muito, muito mesmo!’, garantia.
Também calouro do curso de Administração, Ricardo Alves de Mello, 17 anos, já começa a fazer planos. ‘‘Este ano teremos comércio exterior no currículo da UEL e vai ser muito bom. Porque com o mundo globalizado a gente tem que estar sintonizado. E a Administração é um campo muito amplo, com várias áreas de atuação. Por isso pensei bem antes de escolher’’, disse.
Mas, como em todo resultado de vestibular, alguns jovens ficaram sem vaga e não conseguiam esconder a decepção e as lágrimas. ‘‘Eu estava confiante mas faltou pouco, muito pouco’’, lamentava Ana Carolina Ferreira, 19 anos, com a lista na mão. ‘‘Mas vou tentar de novo. Não vou desistir nunca’’, assegurou.