Delegado diz que greve é política
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quinta-feira, 26 de outubro de 2000
Alexandre Sanches De Londrina
Os 51 novos policiais civis de Londrina, aprovados há três anos em concurso público, receberam ontem de manhã, das mãos do delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Leonyl Ribeiro, suas credenciais. Também receberam o documento, 101 policiais que estão distribuídos nas subdivisões policiais de Apucarana, Cornélio Procópio e Jacarezinho. O secretário de Estado da Segurança Pública, José Tavares, não compareceu à cerimônia devido a compromissos com o Ministro da Justiça, José Gregori, que hoje estará em Curitiba para liberar R$ 15 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública para serem investidos na segurança do Paraná.
A cerimônia informal contou com a presença de policiais e dos delegados-chefes da Subdivisão Policial de Londrina, Gilson Garret Algauer, e de Jacarezinho, Arnaldo Abujamra. Pela manhã, antes da deflagração da greve dos policiais civis, o delegado Leonyl Ribeiro disse que havia avanço na negociação. Esta é uma greve política, pois terminará um dia depois das eleições do segundo turno. Não podemos concordar com isso. O acordo foi feito em 1997 com o secretário Cândido Martins de Oliveira. Agora o secretário é outro (José Tavares) e o delegado-chefe mudou. Estamos avançando nos acordos e não aceitaremos greve, afirmou para os novos policiais.
Os policiais que receberam as credenciais, segundo o delegado-geral, possuem o curso básico da Polícia Civil e poderão atuar na parte administrativa até a conclusão da escola de polícia, que dura três meses e é realizada em Curitiba.
Sobre os problemas enfrentados na área de segurança pública em Londrina, como a superlotação dos distritos policiais e a demora na conclusão da Cadeia Pública, Ribeiro afirmou que esse é um problema que não afeta somente Londrina. Ele defendeu a desativação da carceragem dos distritos policiais e a construção das cadeias públicas.
Na terça-feira, uma comissão de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Justiça, Polícia Civil, Centro de Direitos Humanos (CDH), Igreja e Conselho Comunitário da Segurança Pública, preparou uma carta de reivindicações que seria entregue ontem ao secretário José Tavares. Somente o presidente do Conselho de Segurança, Artur Piancastelli, foi à cerimônia conversar com Leonyl Ribeiro.