Imóvel na área central de Londrina está abandonado; após a reforma, voluntários pretendem oferecer um programa de assistência a sobreviventes do suicídio
Imóvel na área central de Londrina está abandonado; após a reforma, voluntários pretendem oferecer um programa de assistência a sobreviventes do suicídio | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

O CVV (Centro de Valorização da Vida) busca ajuda para conseguir reformar a nova sede em Londrina. Atualmente, a associação sem fins lucrativos funciona num imóvel alugado na rua Bahia. No ano passado, após aprovação de projeto de lei, o município cedeu um espaço na rua Itapicuru, próximo à avenida Leste-Oeste, que chegou a ser utilizado no passado pela Emater.

O prédio, na área central, está abandonado e ocupado por moradores em situação de rua, necessitando de uma ampla reforma. Segundo Aparecido Carlos Beltrami, coordenador do CVV na cidade, o custo estimado das intervenções é de R$ 150 mil. “Há necessidade de ampliarmos os atendimentos, em especial, o presencial, que faz parte do nosso trabalho. Hoje não temos condição, porque o ambiente é muito pequeno. A doação pode ser de qualquer valor”, relatou.

O projeto de revitalização prevê a construção de um andar sobre a estrutura já existente, que serviria como sala de reunião e implementação de um novo programa, o GASS (Grupo de Assistência a Sobreviventes do Suicídio). “É um programa para acolher as pessoas por meio da terapia em grupo, sejam aquelas que passaram pelo processo de tentativa de suicídio ou familiares. Tudo gratuito”, explicou.

O Centro de Valorização da Vida está alocado no mesmo local há oito anos. “É uma estrutura improvisada. O prédio está velho, caindo reboco. Situação difícil”, classificou. “Na nova sede queremos utilizar o térreo para atendimento, biblioteca, que precisamos, e setor administrativo”, projetou.

Por dia, a associação atende mais de 400 ligações, vindas de todos os locais do País. O plantão por pessoa é de quatro horas, mantendo sempre o sigilo. Em todo o Brasil são 120 postos do CVV. Atuam em Londrina 35 voluntários, entre apoio e atendimento. Neste período de pandemia de coronavírus, os acolhimentos de quem procura ajuda ao telefone tem sido em casa, por meio de um aplicativo que foi desenvolvido.

REFERÊNCIA

O principal foco do trabalho é na prevenção ao suicídio. Cerca de 25% das pessoas que ligam estão vivenciando o processo de tirar a própria vida. O restante traz adversidades variadas, como depressão, solidão e até situações de violência, de acordo com Beltrame.

“O 188 se tornou referência para a pessoa que liga e recebe ajuda emocional. Não estamos no mesmo espaço fisicamente, mas acolhemos empaticamente. Não temos resposta pronta, o voluntário precisa ouvir a pessoa para tentar transformar isso em auxílio por meio da fala”, destacou.

SERVIÇO - Quem quiser colaborar com o CVV pode ligar para (43) 99997-0230.