Marcos Zanatta
De Maringá
A diarista Rita Aparecida de Souza, 29 anos, que no último dia 16 perdeu três filhos, um sobrinho e o pai durante incêndio na casa onde morava, em Maringá, confirmou ontem à polícia que as instalações elétricas da residência eram precárias. Para a polícia, fica praticamente confirmado que um curto-circuito foi a causa do incêndio. Ela disse que alguns dias antes do fogo ter destruído a casa, um curto ‘‘queimou’’ a tomada onde estava ligada a geladeira. A geladeira foi então ligada em uma extensão, que já servia a televisão e um aparelho de rádio.
Nos dois quartos, contou Rita, as lâmpadas eram acionadas através de fios com as pontas desencapadas. Na sala e cozinha as lâmpadas eram rosqueadas no soquete para serem acesas. Ela disse que a casa foi construída há 18 anos pelo pai, o aposentado João Abel de Souza, 76 anos, que sofreu queimaduras por todo corpo e morreu seis dias depois de internado no Hospital Universitário de Maringá. Um dos quartos não tinha janela, e o outro tinha apenas uma janela basculante, pequena.
Rita confirmou que os móveis e eletrodomésticos ‘‘atrapalhavam’’ a passagem de um cômodo para outro. Ela contou à polícia que, na madrugada do incêdio, chegou em casa por volta de 1 hora, foi se deitar com a roupa que saiu e que não tinha ingerido bebida alcoólica. Por volta das 4 horas, Rita disse que acordou com a fumaça, e saiu em busca de socorro, junto com o pai, que voltou para tentar salvar as crianças. Morreram John Maike, 6 anos, João Lucas, 4, José Mateus, 2 e o sobrinho de Rita, Alessando Souza Araújo, 14 anos.