Emerson Cervi
De Curitiba
A revitalização da Praça Nossa Senhora de Salete, em Curitiba, promovida pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, está suspensa até que a prefeitura regularize a documentação da obra no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR). Ontem, técnicos do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) respoderam ao pedido de informações do Crea sobre irregularidades nos serviços da praça.
A prefeitura não apresentou um responsável técnico pela remodelação porque, segundo a resposta, ainda não existe um projeto definitivo. Assim que os técnicos do Ippuc terminarem o projeto, o município se comprometeu em regularizar a documentação junto ao Crea. Até que isso aconteça, a prefeitura não vai fazer nenhum serviço no local. Um fiscal do Crea vai passar diariamente pelo Centro Cívico para assegurar que as obras estão paralisadas.
No início de janeiro o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge) denunciou ao Crea a inexistência de um responsável técnico pelos serviços e exigiu providências. O Crea aceitou a resposta da prefeitura e não tomará nenhuma nova medida até a apresentação do projeto definitivo de revitalização da praça, desde que as obras sejam paralisadas. Ontem à tarde a reportagem da Folha não conseguiu encontrar nenhum técnico do Ippuc que pudesse falar sobre os prazos para conclusão dos projetos.
A revitalização da praça começou no início de dezembro, logo depois da saída do acampamento de sem-terra. Até agora foram retiradas algumas árvores, implantada parte da grade que vai cercar o local e feito nivelamento de parte dos futuros estacionamentos. Técnicos da prefeitura informaram ao Crea que esse tipo de intervenção não é uma obra de engenharia.
O diretor do Senge, Raska Rodrigues, discorda da resposta da prefeitura. ‘‘Eles dizem que a colocação do gradil e a movimentação de terra para nivelamento da área não são serviços de engenharia, isso é o que não dá para entender’’, afirmou. Raska acredita que a suspensão deve durar até decisão do Tribunal de Justiça (TJ) sobre o cancelamento definitivo da revitalização. A medida judicial também foi apresentada pelo Senge. Em dezembro do ano passado o governo divulgou uma proposta de revitalização do local. Em janeiro, a prefeitura enviou outro projeto ao juiz de primeira instância que analisou o perido de suspensão das obras.Embora a prefeitura já tenha cortado árvores e iniciado a construção de grades, obra não possui projeto e nem responsável técnico
Arquivo FolhaNA MIRARevitalização da praça começou no início de dezembro. Agora, paralisação das obras será garantida por um fiscal