Israel Reinstein
De Curitiba
A partir de fevereiro, os Correios do Paraná começam a utilizar seis carros elétricos, que deverão ajudar na entrega de correspondências em Curitiba. O equipamento permite que um carteiro carregue até 750 quilos de material postal. De acordo com o assessor técnico dos Correios, Alexandre Ribeiro, a utilização desses equipamentos não significam demissões de funcionários, mas remanejamento de pessoal.
O carro elétrico (modelo Ecocargo) é similar aos usados pelos entregadores de refrigerantes no centro da cidade. ‘‘Esse modelo foi escolhido para percorrer as regiões mais densamente populosas, onde os carteiros que carregam de um número maior de cartas’’, disse. Caso o resultado seja positivo a intenção é que outras cidades adotem esse sistema.
Ribeiro afirma que a empresa pagou pelos seis carros R$ 76 mil. E justifica este gasto, alegando que deverá proporcionar maior agilidade e também diminuir os esforços dos carteiros. No entanto, para o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR) afirma que a medida é insuficiente para reduzir a incidência de doenças causadas pelo excesso de peso.
De acordo com o Areovaldo Figueredo, os carteiros são obrigados a carregar um grande volume de cartas. Em média um carteiro leva de 10 a 15 quilos por trajeto. ‘‘Ele pode fazer mais que um trajeto num dia’’, diz. Durante o itinerário, existem pontos onde os funcionários são reabastecidos com novas cargas (depósito auxiliar).
A carteira Simone Regina Cardoso contou que tem que se valer de diversos artifícios para aguentar o excesso de peso nas bolsas. ‘‘No princípio, a gente vai trocando de braços, mas chega em determinada hora, que cansa até mudar de lado’’, disse. Por causa disso, Areovaldo Figueredo afirmou que os carteiros mais antigos acabam tendo desvio de coluna.
Outro problema enfrentado pelos carteiros é o ataque por cães. Dos registros de acidentes de trabalho emitidos pelos Correios, 40% deles são referentes a ataques de animais.

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