Com tantas informações e dúvidas em torno do novo coronavírus, muitas pessoas ainda têm indagações sobre a relação que a doença pode ter com os pets. De acordo com especialistas do HV (Hospital Veterinário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), não existe evidência científica de que cães e gatos podem transmitir o coronavírus para humanos. Ao contrário, existem situações em que os animais podem ter sido infectados por humanos.

Imagem ilustrativa da imagem Coronavírus em animais é diferente dos humanos
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“Existem pesquisas relacionadas a isso no mundo todo. Tivemos casos de animais identificados com o vírus, como alguns tigres nos Estados Unidos, porém, nenhum animal transmitiu para o homem”, esclareceu Regina Mitsuka Breganó, diretora do HV. “Os pets podem ser vetores mecânicos, ou seja, transportarem o vírus no pelo e patas”, apontou.

LAVAR AS PATAS

Uma pessoa em isolamento domiciliar não deve manter contato com o cão ou gato. A orientação é lavar as patas dos animais caso seja necessário sair com eles às ruas. “Quando voltar, lavar as patas com sabonete ou shampoo neutro antes de entrar em casa. Nos pelos não pode colocar desinfetante e nem dar banho todos os dias. Por isso, a indicação é só sair com o animal se for estritamente necessário e de maneira rápida e por um curto trecho.”

Os animais também podem ser infectados pelo coronavírus, mas o tipo do vírus é totalmente diferente do Sars-CoV-2. O dos cachorros é o CaCoV e causa diarreia e vômito. O dos gatos é FCoV e provoca, além de problemas gastroentéricos, uma doença chamada de Peritonite Infecciosa Felina. “Os vírus são da mesma família, mas espécies diferentes”, afirmou.

Os cães e gatos têm à disposição vacinas contra o coronavírus, no entanto, os vírus que compõe a substância não são semelhantes ao Sars-CoV-2, que causa a Covid-19. Humanos não podem ser imunizados com estas vacinas.

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POSSE RESPONSÁVEL

Breganó chamou atenção para a importância da posse responsável. “As pessoas têm que entender que além de adotar um animal, têm que oferecer bem-estar, espaço físico e alimentação adequados, médico veterinário. Notamos que as pessoas soltam o animal na rua sem guia e ele é atropelado. Muitas vezes estes acidentes demandam cirurgias ortopédicas, que são de alto custo”, alertou.
Ainda é recorrente pessoas levarem o bicho ao HV e não buscar posteriormente. O Hospital Veterinário da UEL está atendendo somente casos de urgência e emergência neste período de pandemia. Por dia, em média, são 25 atendimentos.
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