Abraços apertados, sorrisos, olhares de cumplicidade e amor e muita fé. Gestos que ajudaram a família de Augusto Borges Teixeira, de nove anos, a superar os desafios de 2023, para chegar no final do ano felizes e com o coração repleto de esperança e planos para 2024. O garoto, que mora na zona leste de Londrina, completou pouco mais de três meses desde que ganhou uma nova oportunidade de viver.

Em setembro, ele foi submetido a um transplante de coração, procedimento que realizado eito no Hospital Infantil da Iscal (Irmandade Santa Casa de Londrina). Desde então, a recuperação tem sido a melhor possível. “Estou bem hoje, consigo brincar, jogar bola com o meu pai e meus amigos. Tudo sem cansar”, comemora a criança, que já tem muito a ensinar sobre o valor da vida.

Augusto nasceu com miocardiopatia dilatada, doença que prejudica a função do coração e que foi diagnosticada ainda na gravidez. Com três meses precisou da primeira intervenção cirúrgica, quando foi feita uma correção no órgão. Foi quase uma década de tranquilidade, até que em junho deste ano o menino começou a dar sinais de que não estava bem.

“Ele passava mal sempre depois de comer. Achávamos que era um problema no estômago e levamos no médico. Após exames viram que o problema era com o coração e ele já precisou ficar internado”, relembra o pai, o sonoplasta Cristiano Teixeira. Augusto estava com apenas 18% do coração funcionando.

Com os medicamentos não surtindo efeito, a família foi informada da necessidade de ele receber um novo coração. “Foi um momento de incerteza, não sabia como iria acontecer, quando iria acontecer”, conta a mãe, a funcionária pública Seila Elizabeth Borges. “Foram dias angustiantes, mas tinha certeza que meu filho ia sair do hospital”. O casal também tem uma filha de 12 anos, Nicole Borges Teixeira.

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DIAS DE PREOCUPAÇÃO

Foram 70 dias de espera, três recusas, até que na quarta oferta do Sistema Nacional de Transplantes a equipe médica entendeu ser o coração compatível com o garoto. Foi uma corrida contra o tempo e muita celebrada. Mas a preocupação voltou a fazer parte da rotina da família após o transplante. Augusto precisou ficar intubado por uma semana e quase teve que passar pelo tratamento de hemodiálise.

UNIDOS NA FÉ

A crença em Deus e a confiança nos planos divinos sustentaram a família a enfrentar os dias difíceis. “Deus blindou o Augusto de uma maneira extraordinária. Já acreditávamos em Deus, mas depois de tudo isso podemos falar que conhecemos verdadeiramente quem é Deus na nossa vida”, valorizam. “Foi um ano com uma montanha-russa de emoções, mas de muita fé”, definem.

Depois do período mais crítico, Augusto evoluiu de forma positiva, o que continua até hoje. A alta do hospital foi em novembro, o que foi destaque na FOLHA. A matéria, inclusive, sensibilizou um advogado assinante do jornal, que procurou o menino para presenteá-lo com um enxoval do Palmeiras, time que ele torce.

Hoje, no apartamento, o garoto mantém os cuidados, tomando nove remédios por dia, com uma alimentação balanceada e com uma programação de acompanhamento médico a cada um mês e meio aproximadamente. “Ele fez a última biópsia do ano nesta semana e o médico falou que está tudo ok, que a rejeição está controlada”, frisam os pais.

VALORIZAR A VIDA

No ano que vem Augusto poderá voltar presencialmente para a escola, de máscara, e seguir normalmente a vida de criança. “Tenho quatro aniversários: quando nasci, o dia que fiz a primeira cirurgia, quando fiz a segunda a cirurgia e o dia do meu batismo”, cita.

Para os pais e a irmã a expectativa para 2024 também é de vitórias e alegrias. “Conhecemos o que é fragilidade humana. Por isso, valorizamos cada momento em casa, aprendemos a valorizar cada minuto.”