Terreno fica perto do hospital
Terreno fica perto do hospital | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

A Casa de Apoio do HU (Hospital Universitário) de Londrina deverá ter uma sede própria em até oito meses. A construção da edificação foi oficialmente lançada nesta terça-feira (8). A estrutura será levantada na rua João Rubinho, no jardim Operária, zona leste, a poucos metros da instituição de saúde. A Casa de Apoio dá suporte com moradia provisória para familiares de pacientes em internamento ou até mesmo para os doentes. Atualmente, funciona em um imóvel alugado, na rua da frente das futuras instalações.

O novo espaço terá 255 metros quadrados de área construída, com dois andares, cinco dormitórios, com capacidade para atender 24 pessoas – oito a mais em relação ao atual serviço -, além de sala de artesanato. Um quarto será de isolamento para utilização por pacientes transplantados.

O encaminhamento das pessoas a serem atendidas é feito pelo setor de Assistência Social do HU. “São pessoas que vêm de longe, muitas vezes não vivem nem na região de Londrina. Também são pessoas em vulnerabilidade social, que chegam ao hospital só com a roupa do corpo e não têm onde ficar, custear uma hospedagem. Temos muitos pacientes vítimas de queimadura, por exemplo, que ficam um longo tempo internado. O HU é referência para casos de queimadura no Estado”, destacou Maria Lúcia Maximiniano, assistente social do hospital e coordenadora do serviço voluntário.

PARCERIA

A obra tem custo estimado de cerca de R$ 500 mil, em que R$ 150 mil foram repassados pelo Comitê de Solidariedade dos Funcionários da Sercomtel, que ainda vai doar mais R$ 30 mil para a mobília. “É a doação voluntária dos funcionários. Do valor total doamos caminhões de fraldas para três asilos de Londrina e mais dois de outros municípios. Estávamos com dinheiro reservado para uma grande obra e ficamos sabendo da Casa de Apoio”, contou Margarete Casado de Sousa, presidente do comitê.

A Casa de Apoio é mantida, em sua totalidade, por doações e administrada pela Associação Amigos do HU, que reúne voluntários de diversos campos de atuação. Entre as ações promovidas estão bazares, rifas e jantares. Além disso, servidores do hospital e da UEL (Universidade Estadual de Londrina) doam mensalmente uma quantia oriunda do salário. Com a pandemia de coronavírus, todos os eventos foram cancelados e a única fonte de recursos está sendo o repasse dos funcionários.

DOAÇÕES

A demanda do projeto social também diminuiu, já que as visitas no hospital estão suspensas. “Estamos procurando formas de firmar parcerias para manter a casa após a construção. É oferecer qualidade”, afirmou Paulo Roberto Carlos, tesoureiro da associação. “Nós, enquanto órgão público, não temos condição de fazer esse trabalho. É gratificante saber que existem pessoas do bem e fazendo o bem”, apontou a diretora administrativa do Hospital Universitário, Daiane Vieira Cardoso.

QUATRO DÉCADAS

O suporte com estadia para as famílias e pacientes completou quatro décadas no ano passado. Inicialmente, a casa atuava como pernoite de doentes renais crônicos em tratamento e seus acompanhantes que vinham para Londrina, única cidade que oferecia este tipo de atendimento. No final da década de 1990, o tratamento foi descentralizado, a moradia fixa foi fechada e o local usado como passagem. Posteriormente, o projeto retornou com a pernoite e ampliado os serviços.

SONHO

Por dia são servidas quatro refeições. Tudo sem custo. “Nunca deixamos de atender o HU. A construção da sede é um sonho de 40 anos”, valorizou Hezir Thomaz da Cruz, que há quase 30 anos integra a associação. A projeção é de que no futuro seja possível ter dois imóveis, para o acolhimento de homens e outro para mulheres. “O que fazemos, recebemos em dobro. Nos sentimos bem a hora que a pessoa sai da casa e agradece. É recompensador”, frisou Paulo Roberto Carlos.