Consórcio pede para adiar entrega do Terminal Acapulco pela 4ª vez
Solicitação de aditivo de tempo também envolve a duplicação da marginal da PR-445, que é a obra mais atrasada
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 23 de janeiro de 2024
Solicitação de aditivo de tempo também envolve a duplicação da marginal da PR-445, que é a obra mais atrasada
Pedro Marconi
Se depender do consórcio responsável pela reconstrução do Terminal Acapulco e da duplicação da marginal da PR-445, na zona sul de Londrina, as obras vão demorar ainda mais do que o previsto para ficarem prontas. A menos de 20 dias para a entrega, as empresas pediram dois meses extras, ou seja, abril. Seria o quarto adiamento em relação ao prazo inicial previsto no contrato.
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Os trabalhos começaram em agosto de 2022, com promessa de finalização em julho, o que inclusive consta na placa instalada em frente ao terminal pela prefeitura. No entanto, após solicitação das empreiteiras e aval do município, houve aditivo de tempo para outubro, dezembro e, por último, fevereiro.
No documento encaminhado ao poder público londrinense, que a FOLHA teve acesso, o sócio administrador da empreiteira que lidera a construção lista 18 fatores que teriam contribuído para o atraso. Parte do que consta no ofício já havia sido usada de justificativa nas prorrogações anteriores. O excesso de chuva, por exemplo, é citado três vezes.
Outro argumento é a alteração ou execução de projetos, como de sinalização viária, de pavimentação asfáltica e acessibilidade. "No trecho de pavimentação asfáltica da rotatória da avenida Dez de dezembro foi realizada alteração do projeto. Este projeto completo com cotas e medidas foi entregue em mãos no dia 13/12/2024, para somente a partir desta data podermos iniciar a marcação dos serviços. Portanto, em função do atraso na definição do projeto neste trecho da obra, será necessário mais prazo para concluirmos o serviço”, destacou.
O engenheiro civil também aponta a dificuldade em conseguir CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) com os fornecedores entre dezembro e o início deste mês. “Em consulta às empresas fornecedoras de concreto asfáltico betuminoso a quente, informaram que devem entrar em férias coletivas. Caso isso se confirme, o serviço de capeamento com CBUQ somente poderá ser concluído em final de janeiro de 2024”, pontuou.
A demanda da terceirizada agora será analisada pelos engenheiros que acompanham as obras e, posteriormente, pelo titular da secretaria municipal de Obras e Pavimentação. Somente depois destas avaliações é que os dois meses poderão, ou não, serem concedidos, o que não isenta as empresas da possibilidade de responderem a processo de penalidade pelos sucessivos adiamentos.
PASSAGEIROS
Diariamente, cerca de seis mil pessoas circulam pelo terminal. Há mais de um ano estes passageiros estão na estrutura provisória montada na avenida Chepli Tanus Daher. “Em dia de chuva, igual estamos tendo esta semana, é terrível, porque se vem um vento mais forte, molha tudo. Tem dia que trago roupa na bolsa, para trocar no serviço, se não, fico o dia inteiro com a roupa molhada”, relatou a diarista Carla Monteiro. “Já era para ter terminado essas obras faz tempo, parece que fazem com lentidão de propósito”, comentou o autônomo Otaviano Pacheco.
MEDIÇÕES
O Terminal Acapulco foi ampliado em quase duas vezes, passando de 1.700 metros quadrados para mais de 3.400 metros quadrados, o que aumentou as plataformas de embarque e desembarque. A última medição disponibilizada pela prefeitura indicou que a estrutura é a mais adiantada, com cerca de 90% de execução.
Já as novas pistas na marginal da rodovia estão com apenas 51% das intervenções necessárias realizadas. A duplicação, de 450 metros, acontece no trecho entre as avenidas Dez de Dezembro, Presidente Eurico Gaspar Dutra e Chepli Tanus Daher. Após a inauguração, quem está na Dez de Dezembro vai conseguir fazer a conversão à direita e chegar ao terminal de ônibus sem ter que entrar no bairro. O custo total das duas obras é de R$ 17,5 milhões.