Condenado é preso depois de 11 anos
PUBLICAÇÃO
sábado, 15 de janeiro de 2000
Mauricio Della Barba
De Londrina
Depois de 11 anos e muita persistência, a dona de casa Maria Helena Ferraz conseguiu colocar na cadeia o homem que matou o seu filho. Reginaldo Ferraz de Souza, na época com 18 anos, foi morto com um tiro na frente de sua casa no dia 2 de dezembro de 1988 pelo comerciante José Batista dos Santos, dono de uma sacaria em Londrina.
Meu filho foi assassinado como sendo um ladrão. Lutei para provar que isso não era verdade e finalmente consegui, dizia ontem a mãe. O comerciante matou Reginaldo pois acreditava que ele havia roubado uma mobylete de seu filho. A mãe conseguiu provar na Justiça que Reginaldo havia comprado a motoneta de uma professora do Colégio Estadual Nilo Peçanha, localizado na Vila Nova (área central). Ele trabalhava e montou a mobylete aos poucos, economizando dinheiro, explicou a mãe. O comerciante foi julgado por duas vezes e apesar de condenado, nunca foi preso.
O mandado de prisão, que concedeu a pena de sete anos de reclusão em regime semi-aberto, está emitido desde 1997 pela Justiça. A Polícia alegava que ele estava foragido e por isso não o prendia. Mas eu fui atrás e descobri onde o assassino estava, disse Maria Helena. O comerciante foi preso na última quarta-feira em Londrina e encaminhado para o 3º Distrito Policial. Nada vai pagar a morte de meu filho, mas pelo menos fico satisfeita em ver seu nome limpo e o assassino na cadeia, dizia a mãe da vítima.
Ex-policialO ex-policial e vendedor autônomo Vander Aparecido Saturnino, de 29 anos, que supostamente havia sido sequestrado de sua casa na última semana, acabou sendo, na verdade, preso por policiais civis de Curitiba. A informação foi dada ontem pelo delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Wanderci Corral Fernandes.
Os quatro homens que foram vistos chegando em dois automóveis brancos na residência do vendedor autônomo eram policiais civis deslocados do 4º Distrito Policial de Curitiba especialmente para cumprir o mandado de prisão emitido contra Saturnino. A presença dos policiais na cidade não foi informada ao delegado-chefe, que criticou a ação. Não há problema de Curitiba vir prender aqui em Londrina. Mas temos que ser avisados previamente, para não desperdiçar pessoal nas investigações, disse Wanderci.