Mauricio Della Barba
De Londrina
O relatório final que apura as responsabilidades e excessos de policiais militares (PMs) na repressão a um protesto realizado por moradores da Vila Yara (zona leste de Londrina) já foi concluído e enviado ao Comando Geral da PM em Curitiba.
A informação foi dada pelo major José Cesário de Paulo, presidente do Inquérito Policial Militar (IPM) e subcomandante do 15º Batalhão da PM de Rolândia (25 km a oeste de Londrina). ‘‘A conclusão só pode ser divulgada pelo comando geral da PM em Curitiba’’, explicou o major. Cesário foi designado para presidir o IPM e ouviu as vítimas e testemunhas.
Em Curitiba, o coronel Sanderson, que responde interinamente pelo comando geral da PM, declarou não ter recebido o documento. ‘‘Não posso fazer declarações porque ainda não recebi o relatório final’’, disse o coronel. O comandante-geral, coronel Guaraci Moraes de Barros, está de férias e só deve retornar ao posto no dia 30 deste mês.
O protesto dos moradores da Vila Yara aconteceu no começo de dezembro e foi motivado pelo atropelamento do estudante Diogo Bueno, 13 anos, na rodovia que atravessa o bairro. A manifestação foi reprimida por policiais da Tropa de Choque e da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone), que acabou com a prisão de 18 pessoas – liberadas em seguida – e várias outras feridas por tiros de bala de borracha e golpes de cassetetes, incluindo três repórteres.
O outro IPM que investiga um desvio de conduta de policiais, acusados de espancar uma menor de idade em Londrina, também já foi concluído e enviado a Curitiba. ‘‘O inquérito está agora sendo avaliado na auditoria militar’’, disse o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, Sílvio José Mazalotti de Araújo. Segundo ele, dois dos PMs envolvidos no caso, a sargento Rosa e o sargento Isacar, foram deslocados para serviço interno.