Concluído inquérito Donha
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000
Luciana Pombo
De Curitiba
O inquérito sobre a investigação do assassinato do empresário Miguel Siqueira Donha, diretor da Corretora de Seguros Banestado e presidente do diretório municipal do PPS em Almirante Tamandaré, foi concluído ontem após a acareação entre o desempregado Edson Faria, de 19 anos (assassino confesso), e o funcionário público Antônio Martins Vidal, conhecido como Tico, de 47 anos (acusado de ser o mandante do crime). A acareação durou quase uma hora e não trouxe muitos resultados.
Edson Faria continuou afirmando que foi contratado para dar um susto em Donha em troca de R$ 300,00 e um emprego na Prefeitura de Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba. Eu sustento toda a versão anterior, porque ela é a verdadeira, afirmou ele. Vidal negou que tivesse contratado Faria, alegando que não teve qualquer participação na morte de Donha. Ele está me envolvendo nesta história. Nunca tinha ouvido falar no Donha, não sei o que ele quer com tudo isto, declarou ele, que já cumpriu uma pena de 11 anos e 10 meses por homicídio.
Vidal negou que tenha envolvimento com o tráfico de drogas em Almirante Tamandaré, conforme denúncias anônimas que estão sendo investigadas pelo Grupo Força Especial de Repressão Antitóxicos (Fera). Ele confirmou que trabalha como guardião numa escola municipal e como repositor num supermercado.
O delegado titular da Homicídios, Fauze Salmen, que acompanhou toda a acareação, estava irritado. Depois de montar um circo, ajoelhando-se na frente de Faria e dizendo que ele tinha que ser venerado porque era Deus ironizando a ação do PPS de conseguir proteção policial para o preso , o delegado garantiu que não houve qualquer negligência policial durante as investigações. Eu desafio a qualquer policial do mundo a achar uma falha neste inquérito policial, argumentou. No entanto, ele admitiu que não conseguiu fazer um bom trabalho. Não estou convencido de que houve crime patrimonial ou político. Apenas estou convencido de que não consegui fazer um bom trabalho. Teria sido melhor se não tivesse havido a interferência de terceiros, declarou ele.
Apesar de terminar o inquérito e remetê-lo para à Comarca de Rio Branco do Sul, a polícia continuará procurando o companheiro de Vidal no sequestro e assassinato de Donha.