Com dia e hora marcados, dezenas de moradores da zona oeste se uniram em prol de um pedido: a volta do atendimento médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada na Rua Ginástica Olímpica, Jardim Maracanã, zona oeste de Londrina. Por conta do protesto realizado na tarde de sexta-feira (9), a via foi interditada e motoristas usaram a Rua Adelina Piquete Barrios para seguir destino.

Imagem ilustrativa da imagem Comunidade pede reativação de UBS
| Foto: Walkiria Vieira


O prédio da UBS foi danificado em função das chuvas de janeiro deste ano e foi desativado para reforma. Durante três meses o atendimento foi realizado provisoriamente no salão paroquial da Capela São Silvestre, no mesmo bairro. Diante da necessidade de instalações adequadas, a população foi orientada a usar os serviços da UBS do Jardim Tóquio, distante cinco quilômetros. O transporte gratuito foi concedido pela Prefeitura. Entretanto, a população se queixa do fato de a reforma não ter começado e não ter data para começar e nem para o prédio ser entregue.

O prédio com área construída de 498 m² foi inaugurado em 8 de fevereiro de 2006 e abrange os bairros Jardins Columbia D, Campo Verde, Londriville, Maracanã, Tropical C, Sabará 3 e Olímpico, Portal das Colinas 1 e 2, Parque Universidade 1 e 2, Conjuntos Habitacionais João Turquino e Avelino Vieira (Panissa) e chácaras (Cafezal).

"A demanda é de 20 mil pessoas e uma das queixas é pelo motivo de o atendimento que antes era de 12 horas estar limitado às unidades ofertadas em outros bairros. As pessoas também perdem tempo com o deslocamento", enfatiza o padre Dirceu Luiz Fumagalli, ao engrossar o protesto. "Quem já faz tratamento, segue com cuidados, agora quem precisa de um diagnóstico perde a iniciativa, pois a distância é um fato que inibe e as pessoas estão deixando de cuidar da saúde por essa dificuldade."

"Eu tenho pressão alta, enfartei, agora tenho problema no coração e ir ao médico virou um sacrifício. Consulto no Bandeirantes porque o meu médico foi para lá; depois, para pegar remédio tem que ser no Tóquio e esse deslocamento sai caro, não tenho como pagar tanto ônibus", desabafa Terezinha Barbosa, de 56 anos.

Aos 69 anos, a aposentada Evangelina Maria Ignácio ressente-se com o momento atual. "A gente entende a reforma, mas do jeito que está, está ruim. O ônibus não é de hora em hora como falam."

O fretista Antonio Ferreira dos Santos, 54 anos, considera o protesto dos moradores necessário. "Tem que fazer barulho mesmo. E todo mundo tem que protestar porque todo mundo quer atendimento."

INTERCORRÊNCIAS
De acordo com o secretário de Saúde do Município, Gilberto Martin, a população sabia que esse problema não se resolveria esse ano. "Estamos concluindo o processo de licitação e uma série de intercorrências impediram que fosse finalizado, mas por outro lado garantimos o atendimento com transporte gratuito diário e todas as agendas estão completas." Ele reforça que a Prefeitura criou uma estrutura para que o atendimento fosse de fato feito.

"A Capela foi uma alternativa, mas foi possível ver que estava longe do ideal, era improvisado, faltava pia e itens básicos previstos em uma unidade de saúde. Chegamos a cogitar o aluguel de um barracão próximo ao posto desativado, mas como não possuía documentação em dia, o contrato não seria possível. Ou seja, quem de fato precisa, está sendo atendido e com a qualidade que o serviço de saúde preconiza. É claro que é infinitamente melhor ser atendido no bairro, mas essa é a condição possível", esclareceu.