Cambé - A unidade mista que congrega o Centro de Saúde, o Ceoc (Centro de Especialidades Odontológicas de Cambé) e a Unidade Básica de Saúde 24 horas Maria Anideje, localizada no jardim Monte Castelo, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), será transferida para um novo prédio, no conjunto Morumbi. A edificação, que ainda está sendo construída, fica a poucas quadras da unidade atual, que funciona nas instalações do antigo Hospital Londrina.

Antigo hospital de nove mil metros quadrados foi desativado em 1997: depredação e pichação
Antigo hospital de nove mil metros quadrados foi desativado em 1997: depredação e pichação | Foto: Marcos Zanutto - Grupo Folha

"Aquele prédio do antigo hospital não é da prefeitura e vai ser devolvido para os proprietários. A prefeitura não tem interesse de reutilizar esse imóvel para outro fim. Não há interesse em criar um hospital custeado pelo município. Atualmente a concessão do espaço é realizada em troca do pagamento do IPTU”, destaca conta a secretária municipal de Saúde Pública, Adriana Bertan.

Segundo ela, a finalização do novo prédio depende da construtora responsável, que executa a obra em contrapartida pela abertura de um loteamento. “Mas acho que em seis a oito meses deve estar concluído. E para adequar o imóvel às demandas já existentes, a secretaria irá investir R$ 200 mil para a ampliação do novo imóvel”, explica Bertan. Segundo ela, depois de entregue a obra, a pasta precisará equipar o novo prédio e colocar mobiliário. A secretária preferiu não citar prazos.

DESGASTE VISÍVEL

A unidade mista de saúde funciona no antigo hospital há 15 anos. O desgaste da área reformada em 2004 já é visível. São instalações elétricas quebradas, rebocos de manutenções da parede deixadas sem massa corrida e pintura, piso desgastado, furos no forro de gesso, entre outros problemas.

A estudante Rosilene Milla da Silva recebe atendimento na UBS e vê com bons olhos a transferência. “Não conheço o novo prédio, mas a expectativa é de que seja bem melhor que este. A mudança será boa porque o novo espaço proporcionará também mais segurança”, se referindo aos oito mil metros quadrados que não são utilizados pelo município e que servem de abrigo para moradores em situação de rua, consumidores de drogas e até de refúgio para criminosos.

A reportagem esteve no prédio nesta semana e viu dois homens no telhado da ala abandonada do prédio, um deles com tornozeleira eletrônica. Eles foram abordados pela Polícia Militar.

O motorista Luciano Joaquim do Carmo, foi ao Ceoc para se consultar e ressaltou que a mudança, quando ela ocorrer, será para melhor. “Já está merecendo uma mudança faz tempo. O atual local já está ultrapassado. A estrutura é antiga e, como o prédio não é da prefeitura, não adianta nada investir", afirma. “Aqui sempre fui bem atendido."

O pedreiro Ivanir Donizeti Correia também é usuário da UBS 24 horas e destaca que, mesmo com a mudança, funcionará nas proximidades. “Continuará perto da minha casa. Eu sempre gostei de ser atendido aqui no 24 horas, porque é rápido. Quando eles saírem daqui, deveriam aproveitar esse espaço para criar algo melhor para a população, como um mercado público ou algo do tipo”, sugere.

DESATIVADO EM 1997

O Hospital Londrina, que pertencia à Golden Cross, foi desativado em 1997. As alas abandonadas estão em ruínas. Já não existe material elétrico aproveitável, os encanamentos estão destruídos, as paredes pichadas, as janelas quebradas e os telhados destruídos.

Vitor Ogawa - Grupo Folha

A Golden Cross esclareceu, por meio de assessoria de imprensa, que o imóvel não faz mais parte do patrimônio imobiliário da empresa. “O referido imóvel é de propriedade de outras empresas que, no passado, atuaram também como operadora de planos de saúde, mas que hoje não têm nenhuma relação com a Golden Cross”, diz trecho da nota enviada à reportagem. “A Golden Cross informa também que não atua com a gestão direta de hospitais, clínicas ou centros médicos. Sua ampla rede referenciada é integralmente composta por prestadores de serviços com os quais mantêm contrato de referenciamento.”

Previsão da Saúde é que prédio seja concluído em oito meses; depois será preciso adquirir equipamentos e mobiliário
Previsão da Saúde é que prédio seja concluído em oito meses; depois será preciso adquirir equipamentos e mobiliário | Foto: Marcos Zanutto - Grupo Folha

A Unidade Básica de Saúde funciona no local desde 2004 em uma parte totalmente reformada do prédio, em uma área de 1,1 mil metros quadrados dos nove mil metros quadrados do antigo hospital. São 22 salas, onde foram instalados consultórios, áreas de espera, emergência e observação. A equipe que atende em revezamento de plantão é composta por 34 profissionais, entre clínicos gerais, pediatras, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.

Já o Ceoc funciona em Cambé desde 2006, neste mesmo endereço, atendendo pacientes do município e, por meio de convênio regional, prestando serviço também a moradores de seis municípios da microrregião - Miraselva, Prado Ferreira, Lupionópolis, Cafeara, Guaraci e Bela Vista do Paraíso. No local são realizados 1,2 mil procedimentos por mês em serviços de prótese dentária, cirurgia oral menor, periodontia, endodontia e pacientes especiais.