Aos poucos as redes de educação de municípios da região de Londrina têm retomado as aulas, em sua maioria no modelo híbrido, mesclando com atividades presenciais com aulas remotas. A exemplo do que já foi feito em Rolândia e Cambé, Arapongas e Ibiporã devem retomar as aulas com a presença dos alunos nesta semana. As atividades presenciais estão suspensas devido à pandemia de coronavírus.

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ARAPONGAS

Em Arapongas essa retomada começa nesta terça-feira (3). O pedido de autorização aos pais para a retomada do ensino presencial foi feito na semana passada e nesta segunda-feira (2) foi realizada a entrega de material para o ensino remoto para quem pretende continuar acompanhando as aulas de casa. “Nós vamos retornar com três escolas municipais: Dr. Antônio Grassano Junior, do Conjunto Alto da Boa Vista; Professora Maria Hercília Horácio Stawinsk, do Conjunto Padre Bernardo Merckel; e a José de Carvalho, na região do Tropical”, explicou a diretora de ensino fundamental da secretaria de Educação, Vandréa Vital Cestari.

Crianças de três escolas municipais de Arapongas voltam às salas nesta terça-feira
Crianças de três escolas municipais de Arapongas voltam às salas nesta terça-feira | Foto: Prefeitura de Arapongas - Divulgação

Segundo ela, a rede municipal possui 10,5 mil alunos, entre educação infantil e educação fundamental. “Somente do ensino fundamental são 7 mil alunos. Como são apenas três escolas que vão retomar a educação presencial, são 300 pais que assinaram a autorização, o que equivale a 35% dos alunos dessas escolas. Está tudo certinho para começar amanhã”, garantiu Cestari.

As outras 21 escolas vão continuar no modelo remoto. “Se o modelo híbrido der certo será estendido para o resto do município também.” Ela apontou que o medo da Covid continua sendo o principal entrave para a adesão dos pais para o modelo presencial. Há ainda questionamentos com relação ao horário de entrada e saída das escolas. “Eles perguntam se podem buscar um pouquinho mais tarde ou um pouquinho mais cedo, mas a gente não pode deixar, porque tem que ser um horário bem rígido de entrada e saída. Eu acho que esse medo tem diminuído com o avanço da vacinação." Em Arapongas, o público de 26 anos começou a ser imunizado nesta segunda-feira.

IBIPORÃ

Em Ibiporã, o Secretário Municipal de Educação de Ibiporã, Antônio Prata Neto, disse que considera a retomada da educação presencial desde o segundo bimestre deste ano, quando foi realizado o acolhimento pedagógico com no máximo dois alunos. “O retorno presencial na modalidade híbrida estendida de até 50% da capacidade das salas a gente implementa agora em agosto, no fim do mês", afirmou, ressaltando que todas as medidas são baseadas em relatório de biossegurança, feito pela prefeitura em conjunto com professores, diretores e pais.

Ele explicou que, por causa da capacidade permitida das salas, as escolas integrais terão turnos parciais. “Aquela escola em que o aluno entrava às 8 e ficava até as 16 horas, agora ele vai ficar meio período, porque vamos colocar, em uma sala de 30 alunos, 15 de manhã e 15 à tarde, cumprindo a carga horária mínima necessária para a execução do ano."

“Na semana passada a gente fez uma convocação à comunidade através da rádio, TV e redes sociais e grupos de WhatsApp da própria escola e os diretores estão fazendo a busca ativa dos pais para pedido de assinatura de autorização para as aulas presenciais. No final do do primeiro bimestre 47% dos pais não queriam o retorno das aulas presenciais. “Eu acredito que agora o momento é outro, até porque a gente tem um lema que é ‘Vacina no braço e o giz no quadro. Se a vacinação avançar deixa os pais mais confortáveis e seguros para enviar seus filhos.”

ROLÂNDIA

Em Rolândia, a retomada do ensino presencial aconteceu no dia 20 de julho. As aulas obedecem uma escala e parte dos alunos estuda uma semana na unidade educacional e uma semana pelos roteiros. Os pais decidem se a criança estuda ou não presencialmente.

Em Rolândia as atividades presenciais recomeçaram em 20 de julho; preocupação agora é trabalhar para integrar a criança no novo ritmo de estudo
Em Rolândia as atividades presenciais recomeçaram em 20 de julho; preocupação agora é trabalhar para integrar a criança no novo ritmo de estudo | Foto: Pedro Marconi - Grupo FOLHA

A secretária de Educação, Leise Márcia de Moraes Camargo, relatou que desde o retorno não houve registro de Covid entre as crianças, mas uma funcionária de um Cmei (centro municipal de educação infantil) apresentou a doença na semana passada. “O Cmei foi fechado por três dias e realizada toda a higienização do espaço. A funcionária deve ficar 14 dias fora da unidade. Os demais funcionários também ficaram em observação para ver se apresentavam algum sintoma. A diretora apresentou sintomas de gripe, o exame deu negativo para Covid, mas por garantia ela também está afastada."

Questionada sobre o prejuízo provocado pela pandemia na educação, ela disse que ainda não houve a avaliação diagnóstica. “O prejuízo é grande, mas nada melhor para os professores do que uma semana com a criança. Na manhã e à tarde desta segunda-feira a minha equipe está com os pedagogos de escolas para a gente ter um balanço em relação a isso", explicou. "Vamos trabalhar para tentar resgatar e colocar esse ritmo de estudo de novo nas crianças, para desenvolver a aprendizagem que ficou meio atrasada por conta de todo esse distanciamento.”

Rolândia tem quase 7 mil alunos na rede municipal, distribuídos em 21 unidades, sendo 9 Cmeis e 12 escolas da educação fundamental. “A grande maioria está com 10 crianças por sala."

A merenda está sendo servida nos refeitórios de forma escalonada. “Vai uma turma, toma o lanche e aí o local é higienizado. Em seguida vem a outra turma. Mas eles têm um tempo reduzido para isso, para não demorar muito, pois em uma escola com 15 turmas esse rodízio levaria o dia inteiro.”

CAMBÉ

Em Cambé, a diretora pedagógica da secretaria de Educação, Tatiana Aparecida Baptilani Zirondi, informou que as aulas presenciais em modelo híbrido tiveram início em 8 de fevereiro, mas no dia 23 daquele mês um decreto estadual determinou o fechamento de todas as escolas. “No dia 14 de maio voltamos na forma presencial em módulo híbrido e com os alunos de infantil 5. Temos 641 crianças frequentando de um total de 922. Até o período atual nós não tivemos problema de contágio dentro das unidades escolares. O que tivemos foram casos de fora que os professores e funcionários tiveram contato com familiares contaminados.”

Retorno em Cambé começou no dia 14 de maio;atualmente, metade dos alunos do ensino fundamental e do EJA está na forma presencial
Retorno em Cambé começou no dia 14 de maio;atualmente, metade dos alunos do ensino fundamental e do EJA está na forma presencial | Foto: Prefeitura de Cambé - Divulgação

Ela informou que a rede municipal possui 10 mil alunos, dos quais 6.722 alunos do ensino fundamental e do EJA (Educação de Jovens e Adultos) e 3.330 da educação infantil. Com retorno gradual dos estudantes, do primeiro grupo (fundamental e EJA), 3.394 aderiram ao modelo híbrido. “Do infantil 4, a gente vai iniciar no dia 10 com a adesão de 503 crianças de 922."

Em relação à merenda, ela relata que cada sala tem um horário de intervalo, que também pode ser feito na sala de aula. “Há toda uma organização interna conforme cada unidade escolar. Essa orientação para receber essa merenda dentro da sala de aula as merendeiras já foram orientadas em fevereiro. A gente fez um guia de orientação que organiza todo o espaço físico.”

Zirondi ressalta que os dois anos de pandemia geraram prejuízos na aquisição de conteúdo pelas crianças que podem levar de sete a oito anos para serem retomados, já que os currículos que foram estabelecidos anteriormente tiveram de ser reformulados. “Se a criança entra no infantil 4 conosco na obrigatoriedade e sai só no quinto ano, nós temos sete anos desta criança na rede em que a gente vai ter que trabalhar com um currículo diferenciado e não mais com o currículo que a gente tinha”, apontou.

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