Segundo a PM, houve uma diminuição de 53% no número de roubos a lojistas no centro da cidade
Segundo a PM, houve uma diminuição de 53% no número de roubos a lojistas no centro da cidade | Foto: Gustavo Carneiro



Inquietos com os casos de furtos e roubos em seus estabelecimentos, comerciantes do centro de Londrina estão usando as redes sociais como aliada para uma maior segurança. Desde março existe o "Centro Seguro", grupo de WhatsApp em que os empresários trocam mensagens quando se deparam com pessoas em atitudes suspeitas ou se existe uma ocorrência oriunda de ação criminosa. A PM (Polícia Militar) também faz parte deste grupo, que se iniciou com uma dezena de lojistas e hoje são mais de 200.

De acordo com o capitão Marcos Tordoro, comandante da Companhia de Radiopatrulhamento do 5ª Batalhão da Polícia Militar de Londrina, antes da formação do grupo, a PM havia reforçado o patrulhamento na região central. "No começo do ano passado tivemos um maior policiamento na área central para monitorar, analisar e detectar quais eram as demandas. Após isso iniciamos o processo de resposta e fomos para a ação efetiva com a comunidade", conta. "É um ambiente que existe a interação e que se alcança as pessoas no mesmo tempo e de forma ágil", acrescenta.

O militar explica que mesmo com o grupo no WhatsApp, o comerciante precisa primeiro acionar a polícia por meio do número 190 para somente depois mandar a mensagem de texto. "Quem gerencia este grupo são os próprios comerciantes, até porque o WhatsApp não é o canal de contato oficial. Quando tem a ocorrência a pessoa manda no grupo e se o policial estiver perto ele se dirige. Além disso, não é permitido mandar mensagens que não sejam relacionadas à segurança pública. Não é para ninguém prender bandido, apenas para vigiar o que acontece e nos acionar para resolver a questão com mais agilidade, também coibindo novos casos", adverte. O grupo ainda é formado membros de entidades ligadas ao comércio.

SENSAÇÃO DE SEGURANÇA
Um dos primeiros empresários a integrar esta rede, Valdecir Pascoal, gerente de uma rede de departamento, diz que a iniciativa teve como embrião os indivíduos donos de loja ou gerentes de estabelecimentos na rua Benjamin Constant. "Tínhamos um número muito grande de furtos nesta rua, até pela proximidade do Terminal Central, que tem um fluxo grande de pessoas e, consequentemente, de gente mal-intencionada. Os principais problemas eram de furtos de celulares, eletrodomésticos e carteiras. Assaltos a mão armada já ocorreram", elenca.

Para ele, o trabalho tem gerado uma sensação maior de segurança entre os empresários, o que acaba influenciando os clientes. "Não é a solução total dos problemas, porém oferece uma sensação de segurança muito maior do que antes. Ainda acaba sendo um apoio para o cliente, porque se ele é vítima do assaltante pode ter uma resposta positiva para recuperar o que foi levado nos procurando e com o grupo na rede social. Para o comerciante, se vai uma pessoa com cheque 'frio', nota ou documento falso, ele posta no grupo e todos ficam em alerta", ressalta Pascoal.

REDUÇÃO
Segundo a PM, houve uma diminuição de 53% no número de roubos a lojistas no centro, entre 2017 e 2018, desde o reforço no patrulhamento e a criação do "Centro Seguro", em comparação com 2015 e 2016. Já as prisões em razão do tráfico e uso de drogas aumentaram 442%. Com a receptividade, a iniciativa vem ganhando mais adeptos e um segundo grupo deverá ser criado em breve com novos empresários. O que existe atualmente abrange lojistas da rua Benjamin Constant, rua Sergipe e parte do Calçadão.

PARTICIPAÇÃO
O lojista ou responsável por estabelecimento no centro da cidade que tiver interesse de fazer parte do projeto precisa entrar em contato com o Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina). "Para facilitar a inclusão dos lojistas, a pessoa precisa procurar o Sincoval e fazer um cadastro simples, com o nome, telefone, e-mail e endereço do estabelecimento comercial. Esta é uma forma de evitar que 'intrusos', que não tenham relação com o comércio, queiram fazer mal uso das informações postadas", esclarece Angelo Pamplona, diretor da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), entidade que também colabora com o projeto.

Recentemente foi realizada uma reunião na sede da Acil com diversos empresários, em que a PM repassou orientações sobre segurança. O encontro fez parte das atividades "Centro Seguro". "Foi um momento para percebemos o quanto é necessário o cuidado para abrir e fechar a loja, a questão da rotina, do manuseio do dinheiro. Ajuda a despertar uma conduta diária de cuidado", constata Pamplona, que também é proprietário de uma loja na rua Sergipe.

SERVIÇO
Interessados em participar do grupo "Centro Seguro" devem entrar em contato com o Sincoval por meio do telefone 3342-3132.