Com flores e velas, londrinenses vão aos cemitérios homenagear as mães
Muitas famílias mantêm a tradição de ir até o cemitério em datas comemorativas
PUBLICAÇÃO
domingo, 14 de maio de 2023
Muitas famílias mantêm a tradição de ir até o cemitério em datas comemorativas
Jéssica Sabbadini - Especial para a FOLHA
Com o Dia das Mães sendo celebrado neste domingo (14), muitas pessoas aproveitaram a data para passar um tempo com elas. Para quem já perdeu a mãe, visitar o túmulo para levar uma flor, vela ou fazer uma oração é um momento importante e que pode trazer conforto e paz.
'NÃO É FÁCIL'
Para a zeladora Maria Aparecida Mattos, 71, ir ao cemitério em datas comemorativas é uma tradição, assim como deixar uma flor no túmulo e fazer uma oração. Com a sogra sepultada no Cemitério São Pedro (região central de Londrina), fazer essa visita é uma forma de homenagear os entes queridos. “As pessoas que já foram embora deixam um carinho muito especial, então nesse dia a gente vem, mas não é [um momento] fácil”, confessa.

Mattos ressalta que o cemitério estava mais vazio do que costumava ser nos anos anteriores. “As pessoas estão deixando de vir”, opina, se mostrando preocupada com a situação de abandono dos túmulos.
MAIS PRÓXIMO
Acendendo uma vela para a mãe e para a avó, o mecânico Antônio Marcos Durello, 46, conta que essa é uma maneira de se sentir mais próximo da mãe e agradecer tudo o que ela já fez por ele. “Já foi mais doloroso, mas agora é uma forma de ficar mais próximo”, afirma. A mãe faleceu há 12 anos e Durello ressalta que esse momento de visitar o túmulo é importante para ele. "Eu não sei se o que eu faço vai chegar até ela, mas para mim é como se ela sentisse que eu não esqueci dela e do amor que ela teve por mim”.

PRIMEIRO DIA DAS MÃES
No primeiro Dia das Mães sem a mãe, Tatiana Dalcin Lima, 45, fala que o sentimento é de dor, já que a mãe faleceu há pouco mais de seis meses. “Eu sei que ela não está mais aqui [no túmulo], que o espírito está em um lugar melhor do que nós, mas é um jeito de matar um pouquinho a saudade”, desabafa em meio às lágrimas.

GRATIDÃO
Independente de ser uma data comemorativa ou não, o casal de aposentados Lucia Pereira Romano, 70, e Celso Romano, 69, vai ao cemitério para demonstrar a gratidão que eles sentem pelas coisas boas que foram deixadas por quem já faleceu.

Emocionado, Celso conta que perdeu a mãe aos 15 anos, mas garante que a vida “não é só isso aqui”. “A vida não acaba, ela continua. Eu converso todos os dias com a minha mãe e a minha esposa com a dela. A palavra é gratidão. Se a gente está aqui hoje, se tem saúde e a cabeça no lugar, é porque tem a mão de uma mãe e de um pai também”, afirma.
LEMBRANÇA
A vendedora Mônica Pinheiro, 45, e o gerente comercial Marcelo Pinheiro, 49, foram visitar o túmulo da avó e da bisavó de Mônica. Para o casal, levar flores e velas e fazer uma oração em frente ao túmulo é uma forma de homenagear os entes que já morreram. “É uma saudade que não tem choro e uma lembrança que não é dolorosa”, ressalta o casal.

RECADO
Os comerciantes Dailton Martins, 58, e Lucimeire Martins, 55, estavam visitando os túmulos das mães já falecidas. Acompanhados dos filhos, Lorena e Giuseppe Martins, eles admitem que ir até o cemitério não é recordar uma lembrança triste: “é algo alegre que nos faz voltar no tempo em que a gente vinha junto com os nossos pais”.

Assim como eles fazem, Lucimeire é enfática ao dizer que quer que os filhos mantenham a tradição e conta que já passou o recado para eles: “quando eu estiver aqui, é para eles trazerem uma florzinha para mim”.

