A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Sabará, na zona oeste de Londrina, passará a concentrar todos os atendimentos de suspeitas e casos de dengue a partir das 7h desta quarta-feira (29). A medida adotada pela Secretaria Municipal de Saúde é uma tentativa de agilizar as consultas médicas em razão do aumento de notificações da doença na últimas semanas em Londrina.

De acordo com a secretaria de Saúde, os casos confirmados de dengue no município saltaram de 399 em fevereiro para 1.475 até esta terça-feira (28). As notificações da doença na cidade já são 8.885. E o primeiro óbito por dengue em 2023 foi confirmado após a morte de um homem de 93 anos no dia 6 de março. Estes números têm sobrecarregado a rede pública de saúde.

Na segunda-feira (27), a UPA do Sabará registrou 762 atendimentos, mais que o dobro da média diária, que é de 350. Na UPA do Jardim do Sol, também na região oeste, foram atendidas 680 pessoas, diante de uma média de 300. No PAI (Pronto Atendimento Infantil), foram mais de 500 atendimentos, dobrando a média diária.

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"É uma forma de proporcionar um atendimento de maior qualidade e mais conforto aos pacientes e separando a nossa rede de urgência vamos desafogar as demais unidades para as outras demandas da população", afirmou o secretário de Saúde, Felippe Machado. "Todas as nossas unidades estão com escalas médicas completas e no Sabará a escala terá oito médicos até a 1h da madrugada e depois com cinco profissionais até às 07h". A UPA do Sabará vai ganhar a estrutura de duas tendas, para agilizar o atendimento, com triagem e também para abrigar os acompanhantes dos pacientes.

Apesar do aumento exponencial do número de casos confirmados e notificações, o secretário descartou uma epidemia de dengue em Londrina no momento, mas ressaltou que a situação é crítica. "Não temos ainda a incidência de casos confirmados pelo número de habitantes, o que vai referendar uma epidemia ou não. Mas o momento é muito crítico e tudo caminha para que isso aconteça", apontou. "Por isso que é fundamental que a população nos ajude neste momento de surto, olhando o seu quintal, o do vizinho, usando repelente para que possamos o mais rápido possível reverter esta situação".

MUTIRÕES DE LIMPEZA

A Secretaria de Saúde anunciou também o retorno dos mutirões de limpeza a partir do próximo sábado (1º) nos locais com maior incidência de casos da doença.

"Já iniciamos em algumas localidade pontuais e a no sábado, com o apoio de outras secretarias, vamos começar pelo Chefe Newton e Jardim Paraty, na zona norte, onde temos o maior índice de confirmações e notificações. Haverá uma comunicação preliminar para a população para que seja feito o descarte de materiais sem uso para evitar a proliferação de criadouros", frisou Machado.

Sobre a possibilidade de utilizar carros fumacê na cidade, Felippe Machado revelou que houve procura junto ao governo do Estado e ao Ministério da Saúde, mas há falta de veneno no governo federal. "Os municípios não têm autonomia para comprar,. Temos uma reserva técnica de 80 litros que as nossas equipes de endemias estão utilizado em bombas costais, que servem para fazermos bloqueios mais localizados", explicou.

PACIÊNCIA

O secretário de Saúde reconheceu a demora nos atendimentos nos últimos dias em unidades de atendimento como as UPAs e o PAI. Muitas pessoas chegam a ficar várias horas aguardando uma consulta, em razão da superlotação.

Machado ressaltou que todas as unidades de urgência e emergência do município estão com as escalas médicas completas, mas com o surto de dengue e o aumento de problemas respiratórias, sobretudo em crianças, tem sobrecarregado o sistema em alguns momentos.

"Realmente há uma sobrecarga e demora nos casos de menor complexidade. Nos casos de urgência temos conseguido garantir o atendimento, até porque não há outra alternativa. Peço um pouco de paciência e compreensão porque as nossas equipes estão comprometidas e dedicadas. E assumir um plantão com 50, 60 pessoas aguardando gera uma angústia e tensão no servidor também", frisou. "Em razão deste aumento exponencial dos casos de dengue temos alguns momentos em que as nossas unidades têm ficado superlotadas mesmo".

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