Código reduz mortes no trânsito
PUBLICAÇÃO
sábado, 22 de janeiro de 2000
Maigue Gueths
De Curitiba
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) comemora hoje dois anos com um balanço que aponta melhorias e retrocessos. No primeiro ano de vigência, em 1998, assustado com o risco de multas e suspensão da carteira de habilitação, o motorista teve um bom comportamento. Diminuíram as infrações, os acidentes e o número de mortos e feridos. Em 1999, depois de passar por alguns problemas, o código passou a ser desacreditado. Com isso, os números de acidentes e de feridos voltaram a crescer, embora em escala inferior aos anos anteriores à lei.
O código tem equívocos, excessos e até absurdos, mas foi uma conquista social muito grande. As mortes no trânsito diminuíram e as pessoas estão respeitando mais a lei. O Brasil conquistou um trânsito mais seguro, afirmou o diretor geral do Detran, César Franco, em avaliação ontem sobre os dois anos do código. Prova disso é a redução das infrações em 24% no Estado e de 28% em Curitiba. Para Franco, a nova lei tem pelo menos três trunfos: As pessoas passaram a discutir sobre o trânsito, passaram a adotar uma nova postura nas ruas, usando cinto de segurança ou colocando as crianças no banco traseiro e reduziu o número de mortes e feridos no Paraná e no Brasil.
A redução nas mortes é a grande conquista do código, pois é um indicador de que os acidentes vêm ocorrendo com menos violência. Em 1998 houve uma redução de 15,65%, passando de 2.371 mortes em 1997, para 2000. O Detran não tem fechada a estatística do ano passado, mas a previsão é que 1999 deve fechar com índice semelhante a 1998. Até que até outubro o Detran computava 1.633 mortes no Estado. Isto aconteceu apesar do ampliação da frota de veículos ter aumentado 15% em todo o Paraná. O número de acidentes mostra que os motoristas tiveram comportamento diferente nas cidades e nas rodovias. Em dois anos, os acidentes reduziram 8% nas estradas, mas aumentaram em 9% em Curitiba e em 6,5% nas demais cidades.
Para o terceiro ano do código, a prioridade do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) será investir em educação da população. O alvo principal são os pedestres, já que uma das metas é reduzir o número de atropelamentos. De 97 para 98, os atropelamentos aumentaram 9,3%, passando de 4.249 para 4.643, e deve fechar 1999 com aproximadamente 4.770 ocorrências.