Brandindo uma vassoura, o apresentador ‘‘Canário’’, do programa policial ‘‘Cadeia’’, da Central Nacional de Televisão (CNT), de Curitiba, deu ontem aos telespectadores a notícia de que ‘‘a Carimã é nossa novamente’’, sem mais detalhes. Ele se referia à TV Carimã, de Cascavel (Canal 10), vendida no final do ano passado à Rede Gospel de Comunicação (da Igreja Renascer), de São Paulo, que a rebatizou como TV Gospel. A emissora está provisoriamente reintegrada pela Justiça à CNT porque a Gospel não pagou a primeira prestação da compra.
Desde ontem não há qualquer movimentação na emissora, situação que se manterá até a definição de disputa judicial entre as partes. O pagamento da parcela que venceu no dia 15 de março não foi paga, o que motivou a CNT a apresentar na Comarca de Cascavel um pedido de ‘‘tutela emancipada’’ para reintegrar-se na posse. Dois diretores da organização foram designados como fiéis depositários, enquanto se aguarda o julgamento do mérito do pedido. Os valores da transação não foram revelados.
Fundada em 1986, a emissora chegou a ter 180 funcionários e preencher grande parte do horário com programação local. Depois de assumir em setembro de 97, a Gospel deflagrou um processo de ‘‘enxugamento’’, começando pela supressão de telejornais. No início deste mês, decidiu terceirizar o que sobrou dos programas, permanecendo apenas com dez funcionários.
Ontem, no lugar das poucas produções locais que vinham sendo mantidos no ar, ou os tradicionais programas religiosos da Gospel, os telespectadores viram transmissões geradas pela CNT de Curitiba.