Após as cooperativas de resíduos recicláveis sinalizarem a possibilidade de interromperem os trabalhos caso a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) repetisse o mesmo expediente que tem usado desde 2022, de renovar o contrato dias depois do vencimento, a companhia entrou num acordo com as entidades e promoveu um novo vínculo, na terça-feira (16), depois de uma reunião. No entanto, o período foi igual aos demais, de apenas seis meses. O acordo anterior tinha validade até esta quarta-feira (17).

Numa postura mais incisiva sobre como será a partir de agora, o órgão assumiu, por meio de nota, o compromisso de “apresentar uma planilha de custos de todos os serviços prestados para que seja feito um novo contrato visando a melhoria de todo sistema de resíduos recicláveis do município, principalmente seus cooperados.”

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No texto encaminhado à reportagem, a CMTU afirmou que “nesta (última) renovação haverá um incremento dos valores repassados, podendo chegar até R$ 168 mil, em razão de revisão no quantitativo de domicílios e do crescimento da demanda, que consequentemente enseja no aumento de passagens para atender da melhor forma a população”. As especificações não foram divulgadas.

A FOLHA procurou representantes de várias cooperativas por diversas vezes para avaliarem a proposta do município, porém, eles não foram localizados ou não houve retorno.

MONITORAMENTO

Diante da reclamação constante de moradores de diversos bairros sobre falhas nos dias de coleta, com sacos se acumulando em frente as casas, a companhia disse que “vai monitorar os serviços prestados para que toda cidade seja atendida de maneira satisfatória.”

RECOMENDAÇÃO ADMINISTRATIVA

A intenção do município em firmar um novo contrato a longo prazo, e com mudanças, foi manifestada depois do MP-PR (Ministério Público do Paraná) expedir uma recomendação administrativa, há menos de duas semanas, com 82 indicações à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, duas diretamente ao prefeito Marcelo Belinati e 57 relacionadas à gestão de resíduos sólidos à companhia e também para a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente).

O documento é resultado de um grupo de trabalho criado há 16 meses, que reuniu diversas instituições. O novo modelo proposto pede que sejam incluídos na planilha de custos a coleta, triagem e destinação final dos materiais, além de educação ambiental. Atualmente, a prefeitura remunera apenas pelo serviço de recolhimento dos resíduos, o que engloba R$ 1,67 por domicílio visitado (uma vez na semana), R$ 0,44 por imóvel para locação do barracão e R$ 264 de INSS por cooperado.

AMPLIAÇÃO DA COLETA

A Promotoria de Proteção ao Meio Ambiente, Ordem Pública e Terceiro Setor ainda recomendou que nos gastos trabalhistas sejam levados em conta um salário mínimo, com remuneração fixa mais variável, insalubridade integral e o INSS também completo. Outros apontamentos foram a coleta noturna e a ampliação da periodicidade nos pontos com maior densidade populacional.

Segundo informações no site da CMTU, a coleta seletiva é realizada em 100% da área urbana, incluindo distritos, patrimônios e vilas rurais totalizando 230.095 domicílios. O serviço é executado por sete cooperativas