A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) tem recebido queixas das cooperativas de reciclagem. As entidades da coleta seletiva reclamam que muitos moradores têm desprezado as recomendações de segurança, descartando os artigos em meio a vidros, plásticos, alumínio e papel.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo divulgou os novos cartazes produzidos por técnicos que fazem parte Grupo Unidos Contra a Covid-19.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo divulgou os novos cartazes produzidos por técnicos que fazem parte Grupo Unidos Contra a Covid-19. | Foto: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo

O gerente de Resíduos da CMTU, Gilmar Domingues, explica que a prática está incorreta e que máscaras e luvas descartáveis, depois de utilizadas, devem ser jogadas junto com o rejeito. Nessa categoria estão incluídos materiais sem possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem, como papel higiênico, fraldas e absorventes íntimos usados.

Ele também orienta que não basta apenas dispensar máscaras e luvas no lixo do banheiro, por exemplo. Domingues afirma que é preciso, antes, envolvê-los em sacos plásticos para diminuir as chances de contaminação. “A orientação é que, após o uso, máscaras e luvas descartáveis sejam jogados fora imediatamente em um saco plástico fechado. Depois disso, é preciso evitar tocar a superfície da embalagem ou o rosto, bem como lavar as mãos com água e sabão ou com preparação alcoólica a 70%”, detalha.

A recomendação consta da cartilha “Orientações Gerais – Máscaras faciais de uso não profissional”, documento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicado no dia 3 de abril. De acordo com o texto, uma alternativa aos equipamentos de proteção descartáveis são as máscaras de pano, que podem ser confeccionadas em casa e têm baixo custo. Mas até mesmo estas exigem rigor na hora da higienização e descarte.

Depois de utilizadas por no máximo 3 horas, elas devem ser lavadas separadamente de outras roupas. O enxágue deve ser feito em água corrente e, após a secagem, a indicação é passar com ferro quente. O ideal é evitar que este processo se repita mais que 30 vezes. Quando essa marca é ultrapassada, a instrução da Anvisa é que o material seja dispensado – devidamente envolvido em saco plástico – junto ao rejeito.

O gerente de Resíduos ressalta também que, no caso de médicos, enfermeiros e outros agentes de saúde, os utensílios configuram lixo hospitalar e devem ser descartados de forma distinta. “Resíduos oriundos de serviços de saúde podem ser altamente contaminantes e o seu recolhimento não é feito pelo Município, mas sim por empresas particulares especializadas”, conta Gilmar Domingues.

A Anvisa esclarece que as máscaras faciais não-hospitalares não fornecem total proteção contra infecções, mas reduzem sua incidência. Especialistas apontam que, quando combinadas com outras medidas preventivas – como lavagem periódica das mãos, etiqueta ao tossir e espirrar, distanciamento social e utilização de álcool em gel – o seu uso tem grande impacto no controle da pandemia.

O uso de máscaras e luvas contribui para que o novo coronavírus não entre em contato com o rosto e as mãos – apontados como uma das portas de entrada da doença no organismo. Mas se por um lado os itens ajudam a proteger quem os utiliza, por outro – quando ocorre o descarte incorreto dos materiais – podem trazer danos aos profissionais de limpeza e ao meio ambiente.

Desde que o vírus começou a circular no Brasil e o emprego das máscaras se tornou obrigatório em locais públicos e particulares de uso coletivo em Londrina.

CARTAZES

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo divulgou os novos cartazes produzidos por técnicos que fazem parte Grupo Unidos Contra a Covid-19. O material traz orientações sobre como tratar o lixo doméstico, em caso da presença ou não de pessoas com suspeita ou infectadas pelo novo coronavírus na família.

Os cartazes têm o mesmo formato da primeira etapa, que abordou o manuseio e descarte de máscaras, luvas e lenços.

As ilustrações demonstram a maneira correta de separar os lixos comum e reciclável durante o isolamento familiar – quando a pessoa deve ficar apenas em um cômodo sem contato com as demais –, assim como a conduta com resíduos nos domicílios que não têm suspeitos ou pessoas que testaram positivo.

O coordenador de Projetos Sustentáveis da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Charles Carneiro, disse que o perigo aumenta quando há um membro da família contaminado ou com suspeita dentro de casa. “Estamos intensificando os apelos para que as pessoas não esqueçam que cuidados básicos podem salvar vidas. Quando há alguém com suspeita da doença na residência todo o lixo passa a ser comum, portanto, não reciclável”.

Nesses casos, Carneiro explica que o material classificado como reciclável não deve ser colocado para coleta seletiva, pois oferece risco de contaminação para quem coleta e também aos recicladores. Os resíduos precisam ser acondicionados em um único saco de lixo grande e reforçado, preenchendo apenas dois terços da capacidade.. Também devem ser borrifados com água sanitária antes de levados para recolhimento.

Nas residências sem a presença de suspeitos ou contaminados a separação de resíduos reciclável e orgânico continua aquela de rotina. Porém, neste caso, os técnicos orientam que o morador aguarde 48 horas antes de colocar nos compartimentos públicos de coleta. Em qualquer situação, prevalece a orientação para que máscaras, luvas e lenços sejam descartados no lixo do banheiro e borrifados com água sanitária.

DIVULGAÇÃO - A expectativa é que as informações alcancem toda a população. Os cartazes foram enviados às prefeituras em versões para impressão e mídias sociais.

Os impressos para serem utilizados nos pontos de comércio, repartições públicas e, também, como adesivos em automóveis e locais visíveis. A versão digital pode ser divulgada por meio de aplicativos de mensagem.

ELABORAÇÃO – Os cartazes foram criados pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Instituto Água e Terra (IAT) e Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) – Seção Paraná.