A partir desta semana, o estacionamento sobre as ciclofaixas das ruas Paranaguá e Santos, na área central de Londrina, estará proibido. Anteriormente, a permanência de veículos nesses espaços era liberada de segunda a sexta-feira, das 19h às 7h, e aos fins de semana, a partir das 14h de sábado. O pedido de proibição partiu do Grupo de Moradores da Rua Paranaguá e Entorno e foi aprovado pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).

Com a alteração, as ciclofaixas das duas vias passarão a funcionar como as instaladas nas ruas Espírito Santo e Alagoas, também na região central, onde a proibição de estacionamento vigora em tempo integral.

A CMTU confeccionou 42 placas alertando os motoristas sobre a proibição e a estimativa é que a medida comece a valer na próxima quinta-feira (27). A partir dessa data, os condutores que desrespeitarem a nova norma poderão ser multados.

A reportagem esteve neste domingo na rua Paranaguá, onde as placas já foram colocadas. A nova sinalização não inibiu as pessoas que possuem o hábito de utilizar a ciclofaixa como estacionamento no fim de semana. Todos os motoristas abordados não quiseram falar sobre a mudança.

Permanência de veículos nas faixas para ciclistas estava liberada à noite, de segunda a sexta, e aos fins de semana
Permanência de veículos nas faixas para ciclistas estava liberada à noite, de segunda a sexta, e aos fins de semana | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

FAVORÁVEIS

A auxiliar de limpeza Josiela dos Santos mora na rua Paranaguá há um ano e declarou ser favorável à proibição do estacionamento na ciclofaixa, mesmo em horários de menor movimento. “Eu queria que proibissem mesmo. Os ciclistas querem passar por aqui e não tem como. Para mim vai ser uma boa, principalmente porque estacionam o carro na frente da minha garagem e eu não consigo sair. Além disso, as pessoas ficam em frente da minha casa conversando alto e jogando toda a sujeira no meu quintal”, declarou.

Outro morador da via, o comerciante Bruno Martins, também gostou da mudança. “É uma medida excelente, porque quando esses carros estão estacionados aqui a rua Paranaguá fica só com uma faixa de rolamento para a circulação de veículos. E esses carros acabam atrapalhando a entrada e saída da garagem do prédio. Agora, com a proibição, espero que a fiscalização vá a fundo mesmo. Com certeza vai melhorar bem o fluxo e o problema de entrar e sair do prédio.”

ESTUDO

Para o agrônomo Manuel Franco, 33, é preciso fazer um estudo para ver se é viável esta proibição. “Eu moro aqui na frente e na minha opinião poucas bicicletas andam na ciclofaixa aqui em relação a carros que precisam estacionar. Tem que ver quantas bicicletas passam em um dia e quanto de carros passam. Existe uma economia grande dos bares. Quanto ao barulho é uma outra coisa. Moro neste prédio e no fim de semana é barulhento e os bares ficam até 24h, mas depois que começaram a fazer blitz e diminuiu bastante barulho. Acho que o que precisa melhorar é a implantação de lixeiras, porque todo dia de manhã tem lixo na via”, declarou.

O balconista Wesley Rossini da Silva é a favor de deixar a ciclofaixa livre para os ciclistas. “Passo todo dia aqui e sempre vejo nessa rua ciclistas passando, pessoas passeando com roller. É preciso pensar nos ciclistas também. Sem a ciclofaixa onde o povo vai passar? Na calçada? É perigoso. Cada um precisa ficar no seu quadrado."

UNIDIRECIONAL

Os corredores para ciclistas nas ruas Paranaguá, Santos, Espírito Santo e Alagoas medem um metro de largura e foram projetados pelo Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina). Foram implantadas entre 2015 e 2016 e a principal característica é o funcionamento unidirecional no lado direito da via, acompanhando o fluxo dos veículos e formando um sistema binário. Nesse modelo, o trânsito de ciclistas nas quatro vias ocorre em sentidos opostos, de modo complementar.

Segundo o artigo 181, inciso VIII do Código de Trânsito Brasileiro, estacionar sobre ciclofaixas ou ciclovias é infração de natureza grave. A penalidade inclui multa no valor de R$ 195,23, perda de cinco pontos na carteira de motorista, além da possibilidade de remoção do automóvel para o pátio do Município.

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