CMTU avisa que não vai negociar com 'perueiros'
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terça-feira, 23 de julho de 2002
Luciano Augusto<br> Reportagem Local
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) avisou ontem que não vai tolerar a iniciativa anunciada pela Associação Paranaense de Autodesenvolvimento Econômico e Sócio-Cultural (Apadesc) de fazer o transporte de ''associados'' no município de Londrina usando vans e microônibus. ''Não estamos abertos para negociar,... não podemos permitir qualquer tipo de transporte baseado na ilegalidade'', comentou o diretor de transportes do município, Álvaro Grotti Júnior.
O diretor afirmou que a CMTU irá aplicar o que determina a legislação e apreender todos os veículos ligados à associação que forem pegos atuando dentro dos limites de Londrina. ''A lei é clara: o município é quem planeja, gerencia e fiscaliza todo o sistema de transporte''.
Ontem, a CMTU deu mostras de que está alerta. Agentes de trânsito da companhia apreenderam três vans de outras cidades que estavam circulando irregularmente não tinham autorização para transportar passageiros fora da cidade de origem pelas ruas de Londrina. Os veículos eram de Tamarana, Apucarana e Cotia (SP). O condutor de Tamarana pagou multa de R$ 127,00 e teve o veículo liberado.
O presidente da Apadesc, Nilton José Breve, disse ontem que além do transporte de passageiros que se associarem como colaboradores, outra idéia é fechar convênios de prestação do serviço com empresas e até escolas. A associação ainda não divulgou como nem quanto irá cobrar dos associados que quiserem aderir ao sistema de transporte proposto por eles. A Apadesc informou apenas que deverá cobrar R$ 1,00, por corrida, de cada associado.
Hoje, entidades que representam as empresas de transporte coletivo, motoristas e cobradores, condutores de estudantes, taxistas e mototaxistas, publicam manifestos conjuntos em jornais da cidade, repudiando a iniciativa da Apedesc e alertam que o serviço pode ser ''sinônimo de insegurança e caos''. No informe, eles apontam que a associação não terá ''responsabilidades civis e sociais'', como as cotas de gratuidade que representam cerca de 30% do total de pessoas transportadas diariamente , que o serviço será ''predatório'' e que esperam que tanto a CMTU quanto a prefeitura cumpram a lei e mantenham a ''ordem pública''.
