A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) já notificou 137 proprietários de veículos abandonados a fazerem a retirada do bem de vias ou calçadas apenas neste ano. Dentre esse número, 19 casos resultaram na apreensão do veículo, que pode contribuir para a criminalidade e trazer insegurança para a população que mora no entorno.

Diretor de Trânsito da CMTU, Rafael Sambatti explica que o problema é visto em toda a cidade, tanto em regiões como a Gleba Palhano quanto em fundos de vale. Segundo ele, a maioria dos veículos abandonados está com algum tipo de restrição judicial de circulação, como financeira ou trabalhista. “Nós também temos um grande problema em empresas que compram veículos oriundos de acidentes”, explica, detalhando que, neste caso, a rua é feita de depósito de sucata.

Ao longo de 2024, foram 693 notificações, resultando em 93 apreensões veiculares. Após a identificação do veículo em situação de abandono, o proprietário é notificado através de um adesivo colocado no bem, assim como por via postal e em edital publicado em Jornal Oficial, para fazer a retirada em até 10 dias. Em caso de descumprimento, o veículo é apreendido e levado até o pátio da CMTU. A partir daí, a retirada envolve a quitação de todos os débitos e a tarifa do pátio. Nos outros casos, o veículo vai para leilão.

“O intuito da notificação e do adesivo é que o proprietário fique em posse do seu bem. Em momento nenhum o poder público quer tirar o bem da pessoa, ele quer apenas que a legislação seja aplicada, evitando, de certa forma, que esse veículo traga problemas para a saúde e para a segurança do município”, aponta.

CARACTERÍSTICAS E CONDIÇÕES

Ele explica que para ser considerado como abandonado, são avaliadas as características e as condições do veículo, como a falta de peças ou partes da lataria ou pneu murcho, assim como o entorno, como mato, impedindo até mesmo limpeza da via. Na grande maioria, a denúncia vem através de vizinhos ou de líderes comunitários; em outros casos, os agentes de trânsito da companhia identificam os veículos possivelmente abandonados durante as rondas.

Sambatti aponta que o abandono de veículo traz impactos visuais e urbanísticos para a cidade, além de trazer problemas relacionados à saúde, já que podem servir de criadouro para o mosquito da dengue. “Em certos locais eles também são utilizados para crime”, alerta, complementando que o veículo pode servir de esconderijo para drogas, por exemplo. “É uma questão de saúde e segurança pública”, afirma.

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