CASO DE POLÍCIA
Clínica é acusada de forjar atestados
A Clínica de Repouso Vó Lita, em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba, está sendo investigada pela polícia por forjar atestados de óbitos. A clínica pertence a família do vice-prefeito do município, Sebastião dos Santos Silva, que é medico. O delegado José Carlos de Oliveira encontrou na clínica certidões de óbito em branco com a assinatura de Silva.
O vice-prefeito foi preso por desacato à autoridade. Ele teria chamado o delegado de ‘‘vagabundo’’ e ‘‘ladrão’’ durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão concedido pela Justiça. O vice-prefeito pagou fiança e foi liberado. Em depoimento, disse que só irá responder as acusações em juízo. A Funerária Metropolitana também é alvo de investigações. No escritório da empresa foram encontrados relatórios de óbito. O documento que só é emitido em cartório para oficializar falecimentos. Segundo Oliveira, os papéis pertencem ao cartório distrital do Uberaba, em Curitiba. Eles estavam assinados pela escrevente Maristela Lada de Oliveira.
Dois pacientes que morreram na clínica foram decisivos para a polícia descobrir a existência das certidões. Oliveira recebeu a informação de que o aposentado José Hermes de Lima, 77 anos, natural de Alexandra, no Litoral do Estado, seria sepultado no cemitério da cidade na segunda-feira. O enterro não foi realizado. O atestado de óbito assinado pelo vice-prefeito declarava que o aposentado morreu de causas naturais. Há dois meses, Lima foi assaltado e ferido gravemente no crânio, o que derruba as informações declaradas.
Oliveira também determinou que o corpo do estudante Osmar José Coliza, 15 anos, seja exumado. Ele morreu na clínica há 15 dias de causas desconhecidas. O corpo do adolescente foi sepultado no município de Bandeirante, no Norte Pioneiro do Estado. Uma autópsia deverá ser feita no Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho para apurar o que teria provocado a morte do estudante. (D.V.)