Clientes de uma loja de Londrina que comercializa celulares procuraram a Delegacia de Estelionatos e o Procon (Núcleo de Proteção e Defesa do Consumidor) após comprarem iPhones e não receberem os aparelhos, além de não conseguirem reaver o dinheiro. O grupo, que reúne dezenas de pessoas, relata que há mais de quatro meses tenta resolver o impasse, mas sem sucesso.

Um desgaste que tem gerado inúmeros transtornos. “É frustrante, porque estou em processo para comprar um imóvel e tinha um valor guardado para dar entrada. Tirei o dinheiro para comprar o celular, que tinha um preço atrativo, e iria repor depois. Agora estou sem o iPhone e o dinheiro”, relatou uma jovem, que gastou R$ 3.070.

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Outra jovem pagou R$ 10 mil à vista para comprar dois equipamentos, um para ela e o segundo para a mãe. Toda a negociação foi feita de forma on-line. “Eles chegaram a me enviar um contrato, mas não recebi nada. Quando comecei a ir atrás de respostas disseram que iriam entregar em agosto, depois setembro e hoje não respondem mais”, lamentou.

A empresa fazia toda a propaganda, com ofertas dos celulares abaixo do preço de mercado, pelo Instagram. “Paguei R$ 4.200 no PIX por um iPhone 14 Pró-Max, mas estou até hoje sem o produto. Tentei ir no local que seria a sede da loja, na Gleba Palhano (zona sul) e na recepção falam que os responsáveis não aparecem há mais de 30 dias”, comentou um outro cliente.

Em um grupo de WhatsApp estão pouco mais de 60 pessoas de Londrina e região que se dizem prejudicadas pela loja. “Sem dúvidas fomos vítimas de estelionato”, classificaram.

A última publicação da Imerican Place na rede social foi em 18 de outubro. Na postagem, a empresa diz que “devido a diversos fatores houve atraso nos contratos” e que “teve as contas bloqueadas, motivo pelo qual não consegue resolver as pendências com mais agilidade e rapidez”. Na mesmo informe avisou sobre a contratação de uma gestora de pagamentos, que seria a responsável por dar “início ao atendimento para prosseguir com os acordos”.

SEM RESULTADO

Os clientes destacaram que um grupo com 260 pessoas, inclusive de outros estados do País, foram adicionadas por essa gestora, no entanto, não houve andamento na solução do impasse. “Esse grupo não tem mais movimentação. Não temos retorno dessa empresa intermediadora, que pelo o que pesquisamos nem existe”, afirmou uma jovem.

Imagem ilustrativa da imagem Clientes que compraram celulares denunciam loja de Londrina por não cumprir com a entrega
| Foto: Roberto Custódio

INQUÉRITO

A Polícia Civil disse que investiga o caso, que já ouviu algumas pessoas que se consideram vítimas de um golpe e que também deverá colher o depoimento dos empresários. Não está descartado o acesso aos dados bancários dos responsáveis pela loja para identificar se o dinheiro para aquisição dos telefones foi usado em benefício próprio, transferido para contas pessoais ou usado para pagar a mercadoria que supostamente teria sido apreendida pela Receita Federal, como a empresa tem alegado.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Segundo o Procon, o órgão recebeu 17 reclamações e uma denúncia, como atraso na entrega do produto, falta de cumprimento da oferta e venda sem nota fiscal. Foram lavradas notificações, porém, a loja respondeu apenas uma, em setembro, e desde então as intimações têm sido feitas via edital. O núcleo ainda frisou que deve encaminhar os registros para o MP-PR (Ministério Público do Paraná) apara apurar eventuais crimes contra o consumidor.

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