Algumas cidades da Região Metropolitana de Londrina estão enfrentando dificuldades para avançar na vacinação de crianças contra a Covid-19. Mais do que o quantitativo ainda baixo de doses que vem sendo enviado pelo Ministério da Saúde e distribuído pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), as prefeituras têm notado a pouca procura das famílias pelo imunizante infantil, o que tem “segurado” o percentual de vacinação de menores de 12 anos em patamares abaixo do esperado.

Ibiporã tem ofertado uma média de 120 vagas diariamente para crianças, no entanto, o preenchimento não passa de 40. Atualmente a cidade está vacinando meninos e meninas a partir de sete anos com ou sem doenças pré-existentes. Para tentar impulsionar a proteção deste público, a secretaria municipal de Saúde vai realizar neste sábado (29) uma ação especial no centro de saúde, em frente à prefeitura, das 10h às 16h. Das 360 vagas disponíveis, apenas 83 tinham sido ocupadas até a manhã desta sexta (28).

“Acreditamos que a questão do horário é um dificultador, por isso, procuramos outra alternativa fora do horário de trabalho. Outro ponto a se observar é a aceitação dos familiares. Talvez agora, também tendo a vacina do Butantan, a comunidade fique mais sensibilizada”, destacou a responsável pela pasta, Leiliane de Jesus. Nesta semana as cidades paranaenses receberam a primeira remessa de imunizantes do Instituto Butantan para crianças. Ibiporã recebeu 410 primeiras doses. Até então os municípios só contavam com doses pediátricas da Pfizer.

A Prefeitura de Cambé também terá uma programação especial neste fim de semana. No sábado os postos de saúde do Santo Amaro, Silvino, Guarani e Cambé 4 vão funcionar das 8h às 12h para vacinar crianças de oito a 11 anos com ou sem comorbidade. “Esperamos que os pais se conscientizem e levem as crianças. Temos notícias de que outros estados já estão tendo mais internações deste público para Covid. A vacinação infantil é um dos carros-chefes para vencermos a pandemia”, afirmou Simone Lopes, coordenadora municipal da Vigilância Epidemiológica.

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A estimativa é de que quase oito mil crianças cambeenses de cinco a 11 anos podem receber as doses do imunizante. “Estamos avaliando os motivos para a baixa adesão à campanha. Podem ser fake news questionando a segurança da vacinação. Esperamos que os pais vejam e procurem os especialistas. A vacina tem sido feita na Europa e nos Estados Unidos e a segurança foi demonstrada”, frisou Lopes.

A secretária de Saúde de Ibiporã também reforçou a importância e a efetividade da vacinação contra o coronavírus, ainda mais com as aulas próximas do retorno. “Tenho três filhos que podem receber (as doses) e todos em que a faixa etária foi contemplada levei. Um inclusive, tem comorbidades. A vacina é um benefício. A variante ômicron é avassaladora em termos de contaminação e uma das ferramentas de proteção, além da máscara, álcool e distanciamento, é a vacina. Os pais têm livre árbitro e poder de decisão, no entanto, precisamos ter a consciência que temos uma ferramenta que é a vacina”, defendeu.

A cidade tem cerca de cinco mil pessoas de cinco a 11 anos e até o momento vacinou 520 desta faixa etária. Caso a campanha continue com a procura tímida, o poder público municipal deverá baixar ainda mais a idade apta a ter a dose na semana que vem.

ARAPONGAS

Em Arapongas a avaliação é de que a campanha de vacinação pediátrica tem sido bem aceita pelas famílias. Na quinta-feira a prefeitura abriu para imunização de quem tem 11 anos e não apresenta nenhuma comorbidade. “Vemos que apesar de ter uma campanha antivacina, temos tido um fluxo bem satisfatório e acima do que prevíamos. Já temos recebido ligações de pessoas querendo saber da vacinação do filho de nove, dez anos”, comentou Fernando Marques, superintendente médico da secretaria municipal de Saúde.

Nesta semana o município recebeu 950 doses infantis da Pfizer e 590 da Coronavac. “Vamos caminhar de acordo com o estoque. Acreditamos que na segunda (31) ou terça-feira (1º) consigamos ter condições de vacinar as crianças de dez anos”, projetou. A cidade não promoveu cadastro prévio, fazendo o controle das crianças que precisam ser vacinadas por meio do cadastro do SUS (Sistema Único de Saúde).

ROLÂNDIA

Rolândia vacinou em dois dias com imunização específica para o público infantil entre a semana passada e a atual 456 crianças. A vacinação na cidade é feita em dois locais e por meio de chamamento, em que cada dia é convocada uma faixa etária ou grupo. Na quinta-feira (27), por exemplo, receberam dose os meninos e meninas de cinco a nove anos com deficiência permanente ou comorbidades e os de 10 a 11 anos em geral. Na semana que vem deverá ser destinado mais um dia para vacinação apenas de crianças.

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