Lino Ramos
De Londrina
A direção do Centro de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi), em Londrina, teve muito trabalho ontem de manhã para recuperar os estragos provocados pelos menores durante uma rebelião que durou três horas e resultou na fuga de quatro internos. Dois foram recapturados na noite de anteontem, mas até o início da tarde de ontem R.R.F, 18 anos, e M.S.S, 17, continuavam foragidos.
A diretora interina do Ciaadi, Fátima Luzia da Silva, disse ontem de manhã que os estragos haviam sido consertados e a situação era calma na unidade. Mas ela pretende mudar a metodologia pedagógica e as atividades oferecidas aos internos como medida de segurança. Fátima afirma que a maioria dos 32 infratores recolhidos na unidade são acusados de roubos e assaltos e têm envolvimentos com drogas.
Atualmente, os adolescentes participam de atividades acadêmicas, esportivas e pedagógicas. ‘‘Tudo será revisto, vamos começar uma nova etapa’’, afirmou. A diretora vai encaminhar um relatório sobre a rebelião ao Instituto de Assistência Social do Paraná (Iasp) e à Vara da Infância e juventude de Londrina.
O motim de anteontem começou quando 12 menores começaram a bater nas grades e jogar fezes nos corredores. O educador social Marcos Henrique Altmman abriu uma cela para que R.M.B, 15 anos, ajudasse na limpeza, mas acabou dominado pelo menor e tomado como refém.
Durante a revolta, os menores arrancaram o batente de uma porta de ferro e tiveram facilidade em cavar dois grandes buracos nas paredes por onde escaparam quatro rebelados. Altmman e o interno R.A.D, 17 anos, que não quis sair da cela, foram espancados e precisaram ser socorridos pelo Siate. O delegado do 1º distrito policial, Walter Lemos, se mostrou surpreso com a violência empregada pelos infratores. O educador social conseguiu escapar porque havia um policial militar na unidade e uma equipe da polícia civil chegou ao local logo após o início da rebelião.