As chuvas dos últimos dias geraram transtornos e perdas em várias cidades das regiões Norte e do Norte Pioneiro do Paraná. Em Cambará, por exemplo, entre os dias 21 e 22 choveu 130 milímetros, com oito casas sendo alagadas – em que as famílias perderam tudo – e outros sete imóveis que foram invadidos pela enxurrada, já que os bueiros não suportaram a grande quantidade.

Segundo a Defesa Civil do município de mais de 25 mil habitantes, nenhuma família desejou ir para um abrigo provisório. Nove árvores caíram. “Até esta sexta-feira (24) a Defesa Civil continua atendendo as pessoas, tentando minimizar os danos. Continua chovendo, porém, menos. Teve uma noite que choveu 80 milímetros numa pancada”, relatou Carlos José Costa, diretor do órgão na cidade.

Em Santo Antônio da Platina, a 40 quilômetros de Cambará, a área rural foi a mais afetada. Foram oito pontos de alagamento, além de outro no perímetro urbano, na BR-153, perto da unidade da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Dez casas foram invadidas pela água, mas não houve desabrigados. Na quinta-feira (23) foram registrados 100 milímetros de chuva. “A Assistência Social está desde às 7h de quinta em atendimento. A Defesa Civil também teve chamados e trabalhou em parceria com o Corpo de Bombeiros”, destacou Cristiano Benedito Lauro, secretário de Assistência Social.

Alguns moradores ficaram ilhadas e precisaram ser resgatados pelos Bombeiros, incluindo um idoso acamado. Uma reunião de emergência foi convocada pelo prefeito Jose da Silva Coelho Neto ainda. “Houve um prejuízo grande na malha das estradas rurais, que ficaram precarizadas. Foi traçado um plano de trabalho para restauração da malha, tendo em vista a necessidade de transporte de alunos e a colheita de soja que começa nos próximos dias”, explicou.

A alta do Rio Tibagi em Jataizinho fez com que imóveis que ficam à margem fossem alagados. Pelo menos duas pessoas tiveram que ser retiradas com a ajuda de barcos.

SISTEMAS CLIMÁTICOS

De acordo com Angela Costa, agrometeorologista do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), as chuvas constantes são resultado de vários sistemas atuando ao mesmo tempo e a baixa pressão do litoral Sul. “Temos o calor, a umidade das regiões Centro-Oeste e Norte do País e áreas de instabilidade que se formam no Paraguai e Argentina e rapidamente ingressam no nosso Estado, além da frente fria vinda do Rio Grande do Sul”, detalhou.

Em Londrina, a chuva já alcançou 270,4 milímetros em fevereiro, volume bem acima da média história para o mês, que é de 181 milímetros. “O tempo continua instável na próxima semana, com uma nova frente fria se desenvolvendo na altura do Uruguai e Rio Grande do Sul, que vai evoluir até a nossa região. Teremos alguns períodos de sol, mas o que vai predominar é a instabilidade, principalmente a tarde e à noite”, alertou. As temperaturas deverão se elevar, com sensação de maior abafamento.

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