Esquina das ruas Girassol e Cravina: motoristas têm de ser cada vez mais cautelosos para desviar do perigo
Esquina das ruas Girassol e Cravina: motoristas têm de ser cada vez mais cautelosos para desviar do perigo | Foto: Saulo Ohara



Londrina tem 2.600 quilômetros de asfalto e, segundo cálculos da própria prefeitura, 1.600 quilômetros estão tomados por buracos. O que já é ruim fica ainda pior com os muitos dias seguidos de chuva. Com o grande volume de água, novos buracos surgem e os que já existiam ficam ainda maiores. Uma dor de cabeça para motoristas, que têm de ser cada vez mais cautelosos para desviar do perigo, e também para a administração pública, que apesar de estar ciente da situação, não tem estrutura para resolver o problema com a agilidade necessária.

A avenida Salgado Filho (zona leste) está repleta de buracos. Desde o início da via, na rotatória da rua Capitão João Busse, até o ponto onde começa a rodovia Major Achilles Pimpão Ferreira, a Estrada do Limoeiro. Nos dias chuvosos, como nesta segunda-feira (6), o problema se agrava porque a água encobre os buracos e camufla o perigo. No trecho próximo ao Tiro de Guerra, não é difícil flagrar motoristas serem surpreendidos por poças de água que escondem a corrosão no asfalto.

"Atendo muita gente que passa por esses buracos e acaba tendo o pneu furado, cortado ou até a roda entortada. Faz muito tempo que a prefeitura não faz o recapeamento nessa avenida. O que é feito é o tapa-buraco, mas esse serviço não vale nada. Na primeira chuva, o remendo que eles colocam vai embora. E tem buraco adoidado", disse o borracheiro Antônio Gerônimo da Silva, que trabalha em um estabelecimento na Salgado Filho.

Na esquina da rua Girassol com a rua Cravina, no Jardim Interlagos (zona leste), uma porção de buracos se acumula em uma pequena extensão do asfalto. O vigilante Osvaldo Ribeiro de Matos mora na região e se queixa dos buracos que, infelizmente, diz ele, não se resumem a um único cruzamento. "Nas ruas por onde os ônibus passam é ainda pior porque o asfalto vai afundando. Começa desgastando, vai esfarelando e, quando a gente vê, virou um buracão."

O motorista Morivaldo Serafim já perdeu as contas de quantos reparos teve de fazer na moto por conta de problemas causados pelos buracos de rua. "Já quebrei o farol, entortei a bengala, tive muito prejuízo. Um dos estragos foi na rua Theodoro Victorelli porque estava de noite e além do buraco, não havia iluminação", contou. "E para piorar tem as pedras soltas que saem dos buracos e ficam pela pista, fazendo a moto derrapar."

"Esse buraco aqui estava bem pequenininho, mas com a chuva ficou bem maior. Ontem (domingo) colocamos um galho dentro para alertar os motoristas e evitar acidentes, mas alguém já retirou", disse o eletricista Marcos Antônio, que trabalha em uma oficina na avenida Celso Garcia Cid, bem em frente a um buraco que aumenta a cada dia.

TAPA-BURACO
O secretário municipal de Obras, João Verçosa, informou que três equipes percorriam a cidade nesta segunda-feira nas operações de tapa-buraco, mas o serviço não pode ser feito com a pista molhada. "De manhã, que a pista estava seca, conseguimos fazer, mas começou a chover e tivemos de parar. Estamos focando nas vias com maior trânsito de veículos e apagando fogo. O serviço não fica 100%, mas é melhor do que deixar o buraco, que pode causar um acidente", disse.

Os serviços de tapa-buraco e de recape são terceirizados e quando o clima está favorável, explicou Verçosa, uma equipe faz o recapeamento e outra, as operações tapa-buraco. "Quando o tempo voltar a melhorar, vamos voltar a fazer o recapeamento como fizemos nos últimos dois meses na região sul", disse o secretário. "A população tem que ter paciência."

MICROPAVIMENTAÇÃO
O município finaliza os últimos detalhes do contrato de adesão ao Cindepar (Consórcio Público Intermunicipal de Inovação e Desenvolvimento do Estado do Paraná) para prestação de serviço de micropavimentação. O valor do contrato é R$ 1.654.259,82 para 270 mil metros quadrados de pavimentação. O prazo de execução do serviço é de 90 dias. "A micropavimentação é uma alternativa e evita que aconteça o buraco porque evita a infiltração de água no asfalto e a abertura do buraco", explicou Verçosa.

O serviço será feito no conjunto Ruy Virmond Carnascialli 1, 2 e 3, na zona norte, nos jardins Oriente e Brasília, na zona leste, e no conjunto Habitacional São Lourenço, Jardim Tarobá e Jardim Perobal, na zona sul. De acordo com o secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, é possível que a micropavimentação comece ainda neste mês.