A secretaria de Saúde de Londrina divulgou nesta quinta-feira (12) o boletim atualizado da dengue. São 10.556 notificações, 6.506 casos confirmados, 3.324 descartados e 826 ainda sob análise neste ano. Na semana passada, as ocorrências positivas era de 5.786, ou seja houve um aumento de 12,44%.

CCI da Zona Norte, transformado em unidade exclusiva para atendimento de pacientes com dengue: procura constante
CCI da Zona Norte, transformado em unidade exclusiva para atendimento de pacientes com dengue: procura constante | Foto: Roberto Custódio

De acordo com o secretário de Saúde, Felippe Machado, esse boletim traz uma diminuição em especial em bairros onde foram realizados mutirões de limpeza, como no conjunto Novo Amparo. Mas ressaltou que não é o momento de descuidar. “Temos que nos manter vigilantes e atentos. Ainda tem casos sob análises no laboratório e os resultados devem sair nas semanas subsequentes. Não dá para afirmar que a dengue está diminuindo.”

O secretário mantém a observação de que 90% dos focos ainda estão dentro dos quintais das casas e que o veneno do fumacê mata apenas os vetores da doença na fase adulta. “Evidente que o veneno auxilia no combate, mas de forma isolada não resolve o problema. Precisamos matar o mal pela raiz e ela está nos criadouros e na remoção de qualquer foco de água parada. Por isso o apelo para continuarem auxiliando o poder público. Só dessa forma conseguiremos vencer a guerra contra a dengue”, declarou.

ÓBITOS

Ao todo são 13 casos de óbito investigados pelo Comitê de Mortalidade Institucional, mas nenhum deles ainda foi confirmado. Um deles é de Natália Soares Moreto, 24, que teria passado por quatro unidades de saúde do município. O secretário afirma que só o comitê poderá determinar se a morte dela foi por dengue. "Vamos avaliar todos os dados e indicadores. Consta registro em algumas unidades de saúde do município, mas não temos dados que nos permitam afirmar que houve ou não conduta indevida no contexto do atendimento."

ATENDIMENTO

Em relação dos atendimentos aos pacientes Machado afirma que nos últimos dez dias houve redução na busca de atendimento pelas unidades de saúde. “É um indicador positivo, mas vamos monitorar esse processo, mantendo atividades e ações da prefeitura de mutirões aos sábados, ampliação dos agente de endemias, instalação de armadilhas em várias regiões da cidade e contando com a colaboração de toda a população ajudando o poder público”, afirmou.

Apesar disso, o secretário diz que o número de pacientes nas unidades de saúde é expressivo. As unidades de Pronto-Atendimento têm preenchido de 600 a 700 fichas por dia. A UBS da Vila Casoni continua exclusiva para atendimento de casos de dengue e recentemente a prefeitura transformou o Centro de Convivência do Idoso da Zona Norte, localizado no Conjunto Maria Cecília, também em uma unidade exclusiva. Nesse local, o atendimento é realizado das 7h à 1h.
“Nos dois primeiros dias foram quase mil pacientes atendidos. Conseguimos levar uma estrutura adequada ampla, climatizada, com retaguarda médica de enfermagem, insumos e equipamentos. Uma estrutura que foi montada em 20 dias, inclusive com novos profissionais. Isso demonstra a agilidade que Londrina está tendo no atendimento da dengue.”

INSEGURANÇA

Mas para a população que aguarda atendimento, esse dinamismo não é percebido, já que muitos deles ficam horas aguardando. O auxiliar de padaria André artiles da Silva, 21, mora no Jardim Aliança. “Cheguei às 14h e duas horas depois nem passei pela triagem. Tem muita gente que nem foi chamada. O atendimento deveria ser mais rápido. A qualquer hora pode morrer alguém. Isso dá uma insegurança”, destacou.

O desempregado Eduardo Sanches, 37, mora no Hilda Mandarino 2 (zona norte), foi abordado logo após ter feito a coleta dos exames no centro montado no Maria Cecília. Ele estava com a pele bastante irritada com manchas. Ele, que havia chegado logo depois do almoço, aguardava o resultado dos exames para o fim da tarde.

A zeladora Débora França, 29, relata que tem acompanhado a sua mãe Dulcinéia dos Santos França, 49. “Ela tomou soro na UBS do Maria Cecília, mas falam que aqui vão dar o atendimento correto, mas isso não acontece. Aqui o atendimento deveria ser até 1 hora da manhã, mas não funciona até esse horário. Antes disso eles encaminham para a UPA”, reclama.

MULTAS

Sobre o decreto, que entrou em vigor em 7 de março, que prevê punições para moradores que mantém focos do mosquito Aedes aegypti em suas propriedades, o secretário disse que ainda não foi aplicada nenhuma multa.