As previsões de inauguração da Penitenciária Industrial de Cascavel não são muito animadoras. Segundo informações da secretaria de Estado da Segurança Pública, a expectativa é realizar a inaguração em 90 dias. A assessoria de imprensa da secretaria reconhece que toda a obra foi concluída ainda no mês de abril, e que a previsão inicial era de se inaugurar a obra em julho do ano passado.
A assessoria informou que a data da inauguração está sendo adiada porque o processo de licitação para escolher qual empresa será responsável pela segurança no local ainda não está definido. Além disso, o secretário de Segurança, José Tavares, também não definiu qual indústria irá se instalar na penitenciária, estando em negociação com alguns empresários que manifestaram interesse em utilizar a mão-de-obra dos detentos.
De acordo com informações repassadas pela assessoria, o próprio secretário prefere não estipular prazos para ativação da penitenciária, ‘‘para não sofrer pressões e cobranças’’. Em uma de suas visitas à estrutura da penitenciária, José Tavares disse que seria dada preferência a uma indústria de Cascavel, mas como os empresários locais não demonstraram grande interesse na idéia, é bem provável que uma empresa de outra cidade se instale no local.
Enquanto a Penitenciária Industrial continua fechada, a situação no mini-presídio de Cascavel é cada vez pior. Com capacidade para 140 detentos, a cadeia conta com mais de 300 presos, que precisam se revezar nas camas ou, então, dormir nos banheiros. As 36 celas que deveriam abrigar 4 presos cada uma estão superlotadas, por isso a direção precisou colocar alguns detentos nos corredores.
A Penitenciária Industrial de Cascavel custou R$ 5,9 milhões e tem capacidade para 240 detentos. Pelo contrato de gestão, o governo libera recursos para a manutenção dos detentos. Em contrapartida, a empresa paga um salário-mínimo ao preso e trabalha em sua recuperação, sem encargos trabalhistas. Para cada três dias trabalhados, um será descontado na pena.