Na placa, o recado resume o sentimento da iniciativa: “juntos somos mais fortes”. Em meio à pandemia do novo coronavírus, um casal resolveu instalar uma pia solidária em frente à empresa de piscinas de propriedade da família, na avenida Teodoro Victorelli, zona leste de Londrina. A ação começou há cerca de 20 dias e tem tido boa receptividade. “Ideia maravilhosa”, afirmou uma moradora de rua que vive na região.

A intenção do casal é que mais pessoas fiquem inspiradas pelo projeto e repliquem
A intenção do casal é que mais pessoas fiquem inspiradas pelo projeto e repliquem | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

De acordo com Nilson Norberto Pinheiro Lopes, ele e a esposa doaram cestas básicas para famílias carentes por conta da crise que atravessa o País. No entanto, o casal sentiu o desejo de colaborar de uma forma mais constante. “Pensamos no que poderíamos fazer a mais, além da comida, pois, o alimento acaba e a preocupação para quem precisa volta”, contou.

Com as indicações das autoridades em saúde para a importância de lavar as mãos como medida para eliminar o vírus - o que vem sendo destacado na imprensa -, o casal refletiu sobre a possibilidade de uma pia para as pessoas que estão na rua se higienizarem. “Coloquei num grupo do Facebook pedindo uma pia pequena, expliquei para o que era. Uma senhora doou no mesmo dia”, relatou a artesã Simone Ruescas Lopes.

Nilson Norberto Pinheiro Lopes
Nilson Norberto Pinheiro Lopes | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Os funcionários da empresa também ajudaram a adaptar o espaço, com montagem da estrutura para a pia com paletes e colocação de uma mangueira, já que a torneira de onde vem a água fica longe da calçada. Foi disponibilizado um recipiente com detergente e a água depois de utilizada vai para um galão, que é esvaziado diariamente. A média de gasto é de 15 litros d’água por dia.

CUIDADO

Lopes relatou que tinha receio de vandalismo, entretanto, isto não se confirmou. “No início pensei que não iria durar dois dias, que iriam estragar ou levar embora. Mas pelo contrário, as pessoas gostaram”, comemorou. A população que mais tem usado é a de moradores de rua, entretanto, também há casos de pessoas que estão passando pelo local e aproveitam para lavar as mãos. “Os próprios moradores de rua têm cuidado."

Para o empresário, a sensação é de dever cumprido e de que está dando sua colaboração num momento difícil. “Fico emocionado, porque sei que estou fazendo algo. Isso não vai resolver todos os problemas, mas se uma pessoa que estiver com o vírus lavar as mãos, quantas vidas estão sendo salvas? Só isso já valeu. A nossa intenção sempre foi ajudar”, ressaltou.

CORRENTE DO BEM

A intenção do casal é que mais pessoas fiquem inspiradas pelo projeto e repliquem, fazendo uma corrente do bem. “Principalmente empresários, porque para eles pode ser que não seja tão caro investir. Se cada um colocar na porta do comércio vai fazer a diferença, não só para moradores de rua, mas para garis, pessoas que trabalham nas ruas, quem passa em frente com criança”, sugeriu Simone Ruescas Lopes. A artesã ainda pretende implementar outras ações, como cabide solidário.