Alexandre Sanches
De Londrina
A depiladora Sandra Regina Barbosa Moreno, 25 anos, e o marido dela, o técnico em radiologia Hélio Rufo Coutinho Júnior, 25, tiveram uma desagradável surpresa ao abrir um pacote de pão de forma Pullman, na noite de anteontem. Uma aranha foi encontrada esmagada entre as fatias de pão. O pacote foi comprado em uma padaria, próximo do apartamento deles, no Jardim das Américas (zona norte de Londrina) e teria sido aberto minutos antes deles iniciarem o lanche.
Sandra Moreno disse que costuma comprar pães de forma e que normalmente dispensa a primeira fatia, com medo de haver algum problema. Ela pegou uma fatia e passou patê, sem perceber que havia um pedaço pequeno do inseto. O marido, ao encontrar o restante da aranha prensado no pão, a alertou do perigo. ‘‘Eu não vi o inseto. Percebi que tinha um pontinho preto, mas achei que era um queimadinho e comi parte da fatia, com um pedaço da aranha’’, afirmou.
Em seguida, ela e o marido fecharam a embalagem e, ontem de manhã, entraram em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) pelo fone 0800-119955. Uma funcionário disse que estaria enviando uma pessoa para recolher o pacote de pão para análise em laboratório para verificar se o problema ocorreu ou não no processo de fabricação. ‘‘E eu, como é que fico com esta questão? Entrego o pão para eles e não tenho nenhuma prova depois’’, ressaltou a depiladora.
Ontem ela iria registrar queixa junto ao Procon para saber quais procedimentos teria que tomar para garantir os seus direitos. ‘‘A gente só quer alertar as pessoas sobre o perigo de se encontrar este tipo de insetos nos alimentos. Não podemos aceitar uma coisa dessas’’, desabafou.
A assessoria de imprensa da Santista Alimentos informou que o procedimento da empresa em casos de reclamação deste tipo é ir até a casa do consumidor, levar um novo pacote de alimento, recolher o produto com problemas e enviá-lo para um laboratório fazer uma análise e verificar se a denúncia procede ou se a embalagem, por exemplo, não estava furada.
Segundo a assessoria de imprensa, quando o casal entrou em contato com o SAC, a funcionária da Santista Alimentos explicou o procedimento, mas Sandra Moreno e Hélio Coutinho Júnior não confirmaram se entregariam o produto para análise em laboratório.
Procurado pela reportagem, o coordenador do Procon em Londrina, Rogério Ferreira Marçal, disse que a pessoa que tiver problemas, como o de Sandra Moreno, que procure o Serviço de Atendimento ao Consumidor. ‘‘Em geral, este serviço é bastante confiável. No caso da Santista Alimentos, com certeza eles darão todo o respaldo necessário para ela e uma resposta satisfatória’’, comentou.
Marçal garantiu que a atitude de Sandra Moreno é exemplar em procurar a empresa. ‘‘Caso ela ainda tenha dúvidas, que procure o Procon que irá orientá-la a respeito. Em último caso, vale até ação indenizatória. Mas não creio que isso será necessário neste caso’’, avaliou. Para o coordenador do Procon, o episódio serve de alerta para a população que veja bem o produto que está comprando e que exija os seus direitos.Inseto estava esmagado entre fatias; fabricante quer recolher a embalagem para análise
Fotos Dorico da SilvaSandra Moreno: ‘‘Eu não vi o inseto. Percebi que tinha um pontinho preto, mas achei que era um queimadinho e comi parte da fatia, com um pedaço da aranha’’