Por causa da pandemia, os portões ficam fechados, mas mesmo observando de fora é fácil se encantar com a casa do jardim Alvorada
Por causa da pandemia, os portões ficam fechados, mas mesmo observando de fora é fácil se encantar com a casa do jardim Alvorada | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

Cambé - Há 16 anos, um casal de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) aproveita o período natalino para transformar a residência em um verdadeiro espetáculo. Enfeitada com luzes, Papai Noel, renas, o quintal da casa vira atração e atrai visitantes de diversas regiões. “A Casa do Papai Noel”, como é conhecida, já se tornou tradição na cidade e neste ano não poderia ser diferente.

“Levamos um mês para decorar tudo”, conta Maria Bibanco Amadeu, 76. O trabalho é uma paixão da mulher que tem mãos de ouro para o artesanato. Todos os anos, ela fabrica novas roupas do Papai Noel e cria enfeites que tornam a garagem em um cenário na rua da Ermida, jardim Alvorada. “Todo ano a gente vai comprando as coisas para montar diferente, já que vai fazer, coloca tudo novo. Nós vamos pensando, bolando como vai fazer, quando terminamos um, já estamos pensando no próximo”, ri.

O planejamento faz parte da diversão, mas a mão na massa também é necessária. A confecção e montagem das peças começou em outubro para que as luzes se acendessem pela primeira vez neste ano no dia 15 de novembro. “Nos outros anos, a gente abria os portões da garagem para o pessoal fazer visita, mas este ano, por conta da pandemia, nós vamos manter fechado”, explica o marido Carlos Amadeu, 76.

Carlos Amadeu e Maria Bibanco Amadeu levam um mês para deixar tudo pronto: "A gente fica muito feliz ei orgulhoso de ter feito um bom trabalho"
Carlos Amadeu e Maria Bibanco Amadeu levam um mês para deixar tudo pronto: "A gente fica muito feliz ei orgulhoso de ter feito um bom trabalho" | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

Os dois contam que o hábito é antigo, vem ainda da infância no sítio, quando não se tinha tantos itens assim para enfeitar, mas que já era uma tradição na família ter algo que pudesse trazer o espírito natalino. Uma sensação prazerosa, que hoje fazem questão de cultivar, mesmo que gere custos. “O talão de luz vem alto, mas a gente faz poupança já esperando esse momento”, explica Carlos.

É porque algumas coisas não têm preço. “A gente fica muito feliz, adora que vem bastante gente visitar, fotografar, as pessoas ficam admiradas, olhando, algumas ficam no carro parado, outras descem para olhar melhor, é gratificante”, conta Maria. “Esses dias veio uma criança que estava doente, ela ficou tão animada com a casa, chego a me emocionar”, acrescenta o marido.

Neste ano, os portões ficam fechados. Mesmo observando pelo lado de fora, é fácil se encantar com a casa. “É lindo, a gente vê o capricho que eles têm. Estávamos em uma praça aqui perto e viemos ver”, conta Raquel Rocha Dias, 31. A enfermeira foi com o marido e o filho de 2 anos. “A gente mora em apartamento, então enfeita com o básico, guirlanda, tapete, árvore de Natal, mas nem se compara com que a gente vê aqui”, responde encantada.

Da calçada, pessoas observam, tiram fotos. Na rua, carros passam devagarzinho para poder olhar com mais cuidado todo o zelo que o casal teve para celebrar a data. “Ah é a magia do Natal, né!”, fala Francielly Cândido, 36. Morando a um quarteirão da casa e com um filho de 1 ano, ela e o marido levam a criança para visitar o endereço todas noites para um passeio em família.

“Todos os anos eles fazem, no ano passado meu filho era bem pequeno, mas este ano ele já entende, não quer ir embora”, aponta o menino admirado com as mãozinhas segurando o portão. “A gente vem todo dia e sempre tem alguém olhando, carro passando, minha irmã mora em Londrina e ela vem trazer o filho dela para ver a casa”, relata.

Imagem ilustrativa da imagem Casa iluminada é tradição de Natal em Cambé
| Foto: Lais Taine - Grupo Folha

Gente encantada do lado de fora, gente encantada do lado de dentro. Maria e Carlos ficam orgulhosos do trabalho e de poder passar um pouco do espírito natalino para outras pessoas. “A gente fica feliz, orgulhoso de ter feito um bom trabalho e que as pessoas ficam contentes também”, fala Maria.

Para manter a tradição, o casal não sabe dizer quantas luzes e enfeites foram expostos, porque eles reutilizam materiais de outros anos e vão acumulando com os novos a cada nova decoração. “Tem um quarto na casa que é praticamente exclusivo para guardar os enfeites de Natal”, ri Carlos.

Tanta luz, fitas, tecidos exige organização. “A gente guarda tudo com cuidado em caixas, deixa marcado para saber depois onde está cada peça. A gente tira sempre lá pelo dia 4 ou 5 de janeiro. Dá uma tristeza desmontar tudo...”, lamenta a dona da casa. Mas faz com amor, tudo com cuidado para que no próximo ano a decoração esteja lá de novo para transmitir alegria, fé e esperança por quem passar por lá.

Imagem ilustrativa da imagem Casa iluminada é tradição de Natal em Cambé
| Foto: Lais Taine - Grupo Folha