Campo de girassóis vira atração na zona leste

Seja de carro, moto, bicicleta ou a pé. É praticamente impossível passar pelo final da avenida Robert Koch, no quarteirão após a rua Ouadi José Nakhli, zona leste de Londrina, sem encantar-se com um grande campo repleto de girassóis. São cerca de 15 mil metros quadrados de terreno na beira da pista, onde estão floridos milhares de plantas da espécie. A beleza é tanta, que tornou-se atração na região, encantando visitantes para conhecer o lugar e fazer fotos.

A área pertence à família Soldorio e faz parte da chácara que eles têm há 64 anos no local, quando tudo era café. A ideia de plantar de sementes de girassol foi de Ivanilda Luzia Soldorio, que queria uma oportunidade de "alegrar a vida das pessoas". "Somos em cinco irmãos e falei para eles sobre a ideia, pois é uma cultura que ninguém passa indiferente por ela. Encanta os olhos. Preparamos bem a terra antes", detalhou.

O plantio da flor, famosa por passar o dia acompanhando o ciclo do sol e que foi uma das maiores inspirações do pintor holandês Vincent Van Gogh, ocorreu no final de agosto. "Por se tratar de um terreno no meio da cidade, não pode ser plantado nada que leve agrotóxico. O tempo ajudou, cuidamos e é totalmente orgânico. Só tivemos que esperar crescer com o amor e o carinho. Acabou que os girassóis floriram todos na mesma altura", apontou. A família já havia plantado girassol há três anos e em 2017 cedeu a área para que um produtor cultivasse soja.

O que a bióloga e seus familiares não imaginavam era que em pouco tempo o campo de girassóis fosse atrair tantas pessoas, sendo difundido nas redes sociais. "Tem vindo muita gente e durante todo o dia. Me emociono cada vez que vejo alguém aqui. Tenho a maior gratidão por esta ideia. É um simples gesto que alegra a nossa vida", destacou. O canteiro também vem sendo utilizado como cenário para fotos de noivas e de ensaios pré-casamento. A criatividade também não tem faltado. "Um rapaz colocou um sofá no meio das flores e tirou fotos para fazer propaganda da fábrica. Falei para ele que depois ia querer desconto", brincou.

VISITANTES
O jardim de girassóis tem atraído pessoas de várias localidades de Londrina e até de cidades vizinhas. O músico Jordan Moreira, morador da zona leste, foi até o distrito do Heimtal, na região norte, buscar a prima Letícia Lara Moreira, que queria garantir a selfie em meio às plantas. "Ela viu fotos no Facebook e quis vir ver onde e como era. Aproveitei que estou de férias e a trouxe. Valeu a pena", contou Jordan. "Muito legal. Amei e achei tudo lindo", definiu a estudante.

Mesmo com o aumento no movimento de veículos nas vias próximas em razão das flores, os vizinhos não se incomodam. Pelo contrário, estão gostando do tom em amarelo dado ao bairro. "É muito diferente, pois não encontramos isso em outros lugares da cidade. É maravilhoso ter isto do lado de casa. Estou trazendo vários amigos e parentes para fazer fotos entre os girassóis", alegrou-se a recepcionista Gabriela Tomaz. Retratos do espaço já chegaram até para pessoas de outros países, que enviaram mensagens para os donos.

PRÓXIMA CULTURA
O auge da beleza dos girassóis se deu há cerca de duas semanas. Agora, a flor está começando a murchar com o peso da semente, porém deve permanecer em pé por mais algumas semanas. Enquanto isso, quem tem aproveitado são as abelhas, que nos finais da tarde se espalham entre as flores para polinização. A intenção para 2019 é plantar sementes de canola, planta que produz óleo comestível. Antes, porém, Ivanilda Soldorio irá fazer um estudo para entender a viabilidade desta cultura no terreno.

"Não é recomendado plantar girassol novamente, porque desgasta o solo e é importante mudar a cultura. A canola se adapta bem ao nosso clima, não causa 'estresse' ao solo, pois ela o nutre. Além disso também é muito bela. Quando o girassol murchar vamos deixar para os pássaros se alimentarem", projetou ela, que é fã da natureza, cultivando, inclusive, uma mata ciliar no fundo da chácara onde mora. "Ela é apaixonada por flores. Tanto que nossa casa é repleta de vasos. Desde pequena foi assim. Meu esposo tinha um carinho muito grande por esta área. Onde estão as flores era café, no passado", relatou a aposentada Pilar Soldorio, matriarca da família.

Problema resolvido com o campo de plantas foi a inibição de pessoas que despejavam lixo de forma irregular. Atualmente, desconhecidos dos proprietários do terreno vêm colaborando no cuidado para mantê-lo acessível à população, já que só algumas cercas estão em volta, permitindo a entrada de quem quiser conhecer.