A barriguinha já estufa a camisa, enquanto a respiração ofegante não disfarça o sedentarismo, após uma breve corrida atrás dos filhos hiperativos. Se a cena é parte do seu cotidiano, está na hora de tirar aquele velho tênis do armário e voltar à prática esportiva. Se o dinheiro ou tempo são os empecilhos, uma boa dica é a caminhada, um esporte simples, barato e eficaz.
Estudos já mostravam que caminhar regularmente diminui o LDL (colesterol ''ruim''), aumenta sua fração boa, o HDL, e melhora a sensibilidade à insulina - portanto, reduz o risco de complicações cardiovasculares e diabetes. Agora, novas pesquisas comprovam que a necessidade do uso de remédios, como antidiabéticos, anti-hipertensivos ou aqueles para controlar o colesterol, cai pela metade em quem anda de 15 a 30 quilômetros por semana. O exercício diminui ainda as chances de ter pedras na vesícula, e as mulheres que caminham regularmente têm um risco 23% menor de desenvolver câncer de mama.
A caminhada também reduz a ansiedade, já que o exercício vigoroso produz adrenalina. Quem caminha ainda se sente melhor, ganha autoestima e, portanto, sofre menos de depressão.
Para perder algumas calorias, a protética Fátima, 39, e o dentista Álvaro Freitas, 57, junto das filhas Flávia e Cláudia, pulam cedo da cama e fazem um passeio em família no entorno do Lago Igapó 2, na Área Central de Londrina. O casal conta que os exercícios são revezados entre as caminhadas feitas na esteira e ao ar livre.
Os cuidados com a alimentação antes de iniciarem os exercícios são seguidos à risca pelo casal. Graças à consulta a uma nutricionista, eles contam que com duas horas de antecedência consomem frações pequenas de carboidratos e frutas. ''Água de coco durante e depois da caminhada também não pode faltar'', conta Fátima.
Antônio Chiquetti é prova viva de que idade não é desculpa para se entregar ao sedentarismo. Aos 77 anos, o aposentado segue sua rotina diária de caminhadas, durante uma hora, seja dando a volta no quarteirão de sua casa ou na pista interna no Igapó 2. ''Comecei há 20 anos'', relata, enquanto movimenta os braços em um dos aparelhos da academia pública no Lago Igapó 2. A vida mudou para melhor depois das caminhadas? ''Sim, fez muita diferença. Melhorou a circulação, a pressão arterial, a disposição e a mente'', elenca.
A psicóloga Solange, 42, e o policial militar Fabio Luiz Rincoski, 47, também são adeptos das caminhadas. A prática começou há 10 anos e a preferência é pelos espaços ao ar livre.
Solange conta que a média percorrida pelos dois é de 6 quilômetros, concluídos em 60 minutos. O preparo é feito com alongamentos, ingestão de frutas e gatorade. Outro cuidado que não pode faltar são os óculos solares, bonés, protetores solares, tênis apropriado e roupas leves.
Um problema grave na coluna fez o médico Fernando Oguido, 59 anos, incluir em sua vida a prática de atividades físicas durante quatro vezes por semana. Além de percorrer 5 quilômetros em volta do Lago Igapó 2 aos domingos, acompanhado da mulher, pratica esteira e musculação no prédio onde mora três vezes na semana. Sua esposa, a dona de casa Sueli Tokasiki, 49, não fica atrás em matéria de saúde. Ela corre no Igapó 1 três vezes por semana, e pratica musculação às segundas, quartas e sextas. (Com Agência Graffo)