A Polícia Federal de Londrina começou a ouvir, ontem, os presidentes das associações de camelôs sobre a venda ilegal de medicamentos nas barracas nos camelódromos das avenidas Leste-Oeste e São Paulo (área central). O inquérito foi aberto anteontem, a pedido do Ministério Público Federal com base em denúncias publicadas pela Folha no início do mês de julho. Cleuza Maria da Silva, presidente da Associação de Camelôs de Londrina (Acal) e Rogério Gonsales Nascimento, presidente da Organização Não-Governamental (Ong) Canaã que reúne os camelôs da Avenida São Paulo foram ouvidos pelos delegado federal Sandro Roberto Viana dos Santos e negaram que houvesse comércio de medicamentos nos dois locais.
De acordo com o delegado, esses primeiros depoimentos serviram para deixar os camelôs cientes da necessidade da regularização de sua situação e para alertá-los ''principalmente sobre a questão dos CDs piratas, medicamentos e cigarros, que são proibidos'', afirmou. De acordo com ele, o inquérito é um preparativo para uma possível fiscalização. ''Porque, se chegarmos lá e encontrarmos essas coisas, vai haver apreensão de mercadorias e prisões'', garantiu.
Para o delegado não é incoerência avisar os camelôs sobre possíveis fiscalizações. ''Seria hipocrisia da nossa parte ir agora fazer apreensões, por causa dessas denúncias. Os camelôs estão lá desde 1996. E é preciso ver também a questão social. Tem gente comercializando coisas ilegais mas tem gente inocente no meio, que precisa daquela banquinha para sobreviver'', afirmou.
Segundo Sandro Viana, as investigações sobre as vendas de remédios continuarão. De acordo com ele, estão sendo levantadas todas as pessoas que possuem bancas nos camelódromos, com nomes e endereços.
De acordo com Rogério Nascimento, ele desconhece a venda de remédios por camelôs da Avenida São Paulo. ''Sei que aparece de vez em quando alguém querendo comprar, eu já tentei seguir mas nunca consegui flagar ninguém vendendo'', afirmou. Cleuza da Silva também negou conhecer a venda de produtos proibidos.