Imagem ilustrativa da imagem Cambé tem segundo caso de zika contraído na cidade neste ano
| Foto: Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O último informe da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) sobre o panorama das arboviroses - publicado nesta semana - apontou que Cambé (Região Metropolitana de Londrina) teve o primeiro caso de zika vírus no Paraná no atual ciclo epidemiológico contabilizado pela pasta, que teve início em agosto e vai até julho do próximo ano. É o quarto registro na cidade neste ano, sendo o segundo autóctone, ou seja, contraído na própria localidade.

Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica do município, Barbara Radigonda, por questões de sigilo não são divulgados dados da pessoa com a doença. “Ela foi atendida no serviço de saúde, foi feita investigação a partir da suspeita e o resultado foi positivo para a zika. A pessoa está sendo acompanhada pela equipe da UBS (Unidade Básica de Saúde) que pertence, que está dando todo o suporte e atenta à evolução do caso”, garantiu. O caso é de novembro.

No primeiro trimestre, uma gestante foi diagnosticada com a doença, que pode interferir na gestação e causar microcefalia na criança. “Também está sendo acompanhada e estamos seguindo todos os protocolos. Por enquanto está tudo bem”, afirmou.

A zika é transmitida, entre outras formas, pela picada pelo Aedes aegypti, mosquito que dissemina ainda a dengue e a chikungunya. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos.

DENGUE

Entre 11 agosto e o dia 24 de novembro, Cambé teve nove casos positivos de dengue. “Hoje tem tido notificação diária”, destacou. Nas situações envolvendo zika e dengue é feito o bloqueio químico da região, por meio de bombas costais, e intensificadas as visitas dos agentes de endemias. “Mesmo com a pandemia de coronavírus não paramos. Seguimos a orientação do Ministério da Saúde, de não entrar no domicílio, só quintal. Os agentes fazem mais orientação.”

PARANÁ COM MAIS ÓBITOS

No Paraná já são 1.060 casos de dengue. O número é menor se comparado ao mesmo período do ano passado (1.564), entretanto, a quantidade de óbitos preocupa. “Temos cinco óbitos no atual ciclo e no anterior não tínhamos nenhum. Estamos fazendo o diagrama de controle, do que é provável, e os casos estão um pouco acima da linha do esperado. Não dá para descuidar. A ‘bomba’ está chegando com o verão e chuvas”, alertou Ivana Belmonte, coordenadora do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa.

A maioria dos criadouros continua dentro das casas, em recipientes plásticos, garrafas, latas e vasos de plantas. A especialista relatou que é imprevisível projetar como será o aumento das positivações, mas que a certeza é de que haverá uma expansão significativa. “As intervenções precisam ser feitas neste momento, que está no começo e é mais fácil de trabalhar”, indicou. Assim como no último ciclo, a predominância é do sorotipo dois.

Com a época de maior incidência de dengue – que é o verão - se aproximando e em meio à pandemia da Covid-19, servidores estão sendo capacitados para diagnóstico e manejo correto dos pacientes suspeitos e confirmados. “Temos vários vírus circulando ao mesmo tempo. Esperamos que as pessoas têm ficado mais em casa. Que aproveitem e verifiquem o quintal para eliminação de qualquer conteúdo com líquido, que serve de criadouro. A dengue não foi embora por conta do coronavírus”, advertiu Belmonte.

PANORAMA

Em três meses, Londrina somou 1.680 notificações de dengue, com 54 moradores confirmados e uma morte. Rolândia, que tem 11% da população de Londrina, registrou 50 positivações. A cidade tem uma das maiores taxas de incidência no Estado. Em todo o Paraná são 303 municípios com notificação.